Líder do CDS rejeita participar na sessão do 25 Abril na Assembleia da República

Francisco Rodrigues dos Santos considera que o modelo escolhido “dá um péssimo exemplo aos portugueses”

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Francisco Rodrigues dos Santos lembra que aos portugueses é pedido que não se despeçam dos entes queridos que morreram LUSA/CARLOS BARROSO

O líder do CDS-PP rejeita comparecer na sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República, no próximo sábado, por considerar que o modelo escolhido “dá um péssimo exemplo aos portugueses e não respeita os sacrifícios que estão a fazer”. A bancada do CDS só se fará representar por um único deputado entre os 77 dos vários grupos parlamentares que vão poder estar presentes no hemiciclo.

“A democracia fora do Parlamento, não pode valer menos do que a democracia dentro do parlamento. O 25 de Abril não se fez para separar ainda mais as elites do povo, nem para que uns fossem mais livres do que os outros”, disse Francisco Rodrigues dos Santos num vídeo enviado à comunicação social.

Lembrando que o CDS apelou a que fosse alterado o modelo de celebração da data da revolução, Francisco Rodrigues dos Santos refere que não foi ouvido e que se optou por concentrar “centenas de pessoas num espaço fechado, algumas delas pertencentes a grupos de risco”.

Para o líder dos democratas-cristãos, esta decisão contrasta com as restrições impostas aos portugueses. “É pedido que não participem em celebrações religiosas como a Páscoa, que não abracem os seus filhos, pais e avós, que não se despeçam dos seus entes queridos que morreram, que fiquem fechados em casa mesmo que isso tenha levado milhares ao desemprego, que fechem as empresas, e que não vão trabalhar ainda que não tenham como pagar as suas contas”, referiu. Por esse motivo, Francisco Rodrigues dos Santos abdica de participar: “Não sendo deputado, irei comemorar a data como todos os portugueses que estarão confinados e prescindirei do lugar que o Protocolo de Estado me reservaria.”

A conferência de líderes decidiu, esta semana, manter a sessão solene do 25 de Abril, mas com um terço dos deputados (77 dos 230) e com alguns convidados nas galerias. Com este modelo estima-se que deverão estar no plenário 130 pessoas. Mantêm-se os discursos do Presidente da Assembleia da República, dos deputados e do Presidente da República, que encerra a sessão.

Mas este modelo tem sido muito contestado pelo CDS, pelo Chega e pela Iniciativa Liberal. Esta semana, no debate do estado de emergência, o deputado do CDS João Almeida assumiu, na sua intervenção, a discordância com o modelo escolhido pela Assembleia da República para assinalar o 25 de Abril e foi repreendido pelo Presidente da Assembleia da República. 

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