Câmara apoia Casas de Fado e artistas de Lisboa
Programa de apoio às Casas de Fado - e aos seus artistas - da cidade de Lisboa tem ajuda imediata de 200 mil euros. As candidaturas abrem segunda-feira.
A Câmara Municipal de Lisboa anunciou esta sexta-feira um programa especial de apoio às Casas de Fado e aos artistas que nelas fazem carreira. Considerado “herança colectiva que conta com uma história aproximada de dois séculos e que se assume, ainda hoje, em pleno século XXI, como um património vivo e universal”, este sector da cultura vai receber 200 mil euros.
A este apoio imediato juntam-se os 1,25 milhões de euros já anunciados “para apoiar os agentes culturais e para garantir a subsistência de trabalhadores independentes e entidades culturais e criativa”. Este montante do Fundo de Emergência Social do município, destinado a ajudar o meio cultural da cidade a resistir à crise, está sujeito a candidatura: o processo abre na próxima segunda-feira, 20 de Abril.
Em comunicado, a Câmara relembra que as Casas de Fado foram obrigadas a encerrar portas e a interromper a sua actividade de um dia para o outro. Os efeitos da pandemia do coronavírus estão a ser sentidos num sector que alberga “centenas de artistas que, ao longo dos anos, construíram e constroem, ainda hoje, a história do Fado”. Salienta-se ainda que estes são “espaços emblemáticos da cidade de Lisboa”, casas históricas em funcionamento há décadas, “espaços vivos de aprendizagem, transmissão e fruição cultural do Fado e da Guitarra Portuguesa”.
Desta forma, para lá do apoio financeiro imediato, a Câmara anuncia também um documentário alusivo às Casas de Fado, que está a ser realizado em co-produção com a RTP. Os episódios individuais – financiados pela autarquia – vão ser transmitidos online nas redes sociais da Câmara Municipal de Lisboa, da EGEAC e do Museu do Fado; a RTP irá transmitir o documentário na íntegra posteriormente. A produção está a ser gravada em 10 das mais emblemáticas Casas de Fado da cidade: A Parreirinha de Alfama, A Severa, Adega Machado, Café Luso, Casa de Linhares, Clube de Fado, Maria da Mouraria, Mesa de Frades, O Faia e Senhor Vinho.
O Museu do Fado está a desenvolver paralelamente uma programação de conversas e música, filmada em ambiente controlado e transmitida através das mesmas redes sociais. Neste ciclo podem participar “todos os artistas dos elencos artísticos de todas as Casas de Fado de Lisboa”, que serão convidados a partilhar “memórias e conhecimentos sobre a história do Fado”, a partilhar peças favoritas ou referências artísticas e a actuar. O objectivo é, em tempos de isolamento, levar “o Fado e o Museu” à casa de cada pessoa.
Por último, a Câmara Municipal de Lisboa anunciou ainda um programa específico de apoio à recuperação no médio prazo. Desenvolvido em colaboração com a Associação de Turismo de Lisboa, o programa destinar-se-á à recuperação e manutenção das Casas de Fado, essa “referência cultural que faz parte e preserva a memória da própria cidade”.
Texto editado por Ana Fernandes