Memória, medo e media
Esta é a terceira conversa da nossa terceira memória, dedicada à globalização.
Há 500 anos, por estes dias, um jovem monge alemão enviou para o seu bispo um texto composto por uma série de 95 curtas teses de uma ou duas linhas cada, escritas em latim. Pode ser que tenha também pregado o mesmo texto na porta da Igreja de Todos os Santos em Wittenberg, no dia 31 de Outubro de 1517, dando assim início à Reforma Protestante.
Umas décadas antes, aquele gesto teria passado desapercebido. Mas no tempo de Martinho Lutero — pois esse era o nome do jovem monge — a imprensa tinha já mudado a paisagem do debate de ideias. Passado poucos meses já havia centenas de cópias das 95 teses de Martinho Lutero, mecanicamente reproduzidas, a circular pelo continente. Todas juntas, com o uso de algumas abreviaturas, as 95 teses cabiam num único cartaz, e também nessa versão foram pregadas nas portas de muitas igrejas e coladas nas paredes de universidades ou de estalagens. A história da Europa iria mudar para sempre.
Esta é a terceira conversa da nossa terceira memória, dedicada à globalização.
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