Juventude Popular alerta para risco de falência de bombeiros e pede ajuda do Estado
Valor pago por cada transporte de doente portador de covid-19 é considerado insuficiente.
A Juventude Popular (JP) alerta para o risco de falência das associações humanitárias de bombeiros voluntários, por falta de receita proveniente do transporte de doentes não urgentes, e pede que o Estado assuma “imediatamente” um pagamento directo de uma verba.
“Vamos chegar ao final de Abril e estas associações humanitárias não têm maneira de sobreviver, grande parte não vai ter liquidez”, afirma ao PÚBLICO Francisco Mota, líder da JP, organização da juventude ligada ao CDS-PP, referindo que o transporte de doentes não urgentes era a “principal fonte de receita” destes bombeiros. A JP propõe, por isso, que o Estado assuma “imediatamente 50% do valor médio mensal” recebido por estas associações, calculado com base no primeiro trimestre do ano.
Outro problema apontado pela JP tem a ver com o valor estipulado por tabela, de dois euros, por cada transporte de doente de covid-19. A JP considera o valor insuficiente, tendo em conta que as associações humanitárias de bombeiros voluntários tiverem de comprar equipamento “com capitais próprios” e cada fato de protecção custa nove euros, o que implica um custo de 12 euros, no mínimo, por cada transporte. “Os bombeiros voluntários não querem lucrar com o dinheiro público, mas querem que o Estado lhes retribua condignamente pelo serviço que prestam”, afirma Francisco Mota, defendendo uma actualização da tabela de pagamentos.
A JP chama ainda a atenção para a falta de cobertura dos seguros para os bombeiros no contexto da pandemia e propõe um reforço do Fundo de Solidariedade dos Bombeiros com uma garantia pública semelhante à que existe para os acidentes de viação. “Não podemos aceitar que o voluntário, para além de colocar a sua vida em cheque, com todo impacto que isso pode ter na sua vida pessoal (ao nível, por exemplo, dos períodos de repouso), venha ainda a ser prejudicado na sua vida profissional e familiar por falta de resposta do Estado”, diz o líder da JP.