Sindicato pede a médicos que se recusem a atender doentes se não tiverem protecção

Federação Nacional dos Médicos também denunciou falta de máscaras para os profissionais de saúde. Número de médicos em quarentena está em crescimento.

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Associações denunciam falta de equipamento de protecção no combate ao coronavírus Paulo Pimenta

Numa nota publicada esta sexta-feira, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) pede aos profissionais de saúde que se recusem a atender todos os doentes com sintomas respiratórios agudos se não tiverem equipamentos de protecção adequados.

O SIM começa esta comunicação com o aviso de que o número de médicos obrigados a ficar de quarentena têm aumentado. “Chegam-nos a toda a hora relatos de médicos a ficarem em quarentena por contacto durante a execução de consultas com doentes confirmados como positivos ou suspeitos, a maior parte deles com sintomas respiratórios mas não elegíveis como casos suspeitos pelas normas da DGS”, escreve o sindicato.

O SIM denuncia que os profissionais de saúde não têm acesso aos equipamentos de protecção necessários, revelando que as máscaras cirúrgicas estão a ser racionadas em muitos locais.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou esta sexta-feira a falta de equipamentos de protecção básicos para controlo de infecção e a ausência de stocks adequados para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos da doença Covid-19.

“A Federação Nacional dos Médicos tem recebido vários relatos de insuficiência de equipamentos de protecção básicos para controlo de infecção e de ausência de stocks adequados, para enfrentar um eventual aumento exponencial de casos de infecção por coronavírus”, refere a FNAM, em comunicado.

Nesse sentido, a FNAM “aconselha os médicos a exigir os equipamentos de protecção recomendados, de acordo com a orientação 003/2020 da Direcção Geral da Saúde (DGS).

“Caso estes não estejam disponíveis, os médicos devem optar por interromper a sua actividade, reportando imediatamente a falha aos superiores hierárquicos e sindicatos. Só estando garantida a segurança do profissional médico é que este pode retomar a sua actividade”, alerta a FNAM.

Na fase actual, o atendimento de toda a infecção respiratória “deve exigir máscara cirúrgica para colocar ao doente e material de higienização”.

“Se um caso de infecção respiratória chegar ao gabinete médico (em contexto de urgência ou consulta), o médico deve questionar o contexto epidemiológico e, caso se enquadre na definição de caso suspeito, deve equipar-se adequadamente para a prestação de cuidados a menos de um metro, antes de prosseguir na observação do doente”, adverte a FNAM.

Nos casos graves/emergentes com necessidade de procedimentos invasivos, o equipamento adequado, de acordo com a federação, “é o fato de protecção integral ou, no mínimo, a alternativa recomendada na orientação da DGS”. Com Lusa

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