Sardenha avança com entrada paga e numerus clausus para praia “saturada” de turistas

La Pelosa é uma das praias mais célebres da ilha italiana. E agora será mais exclusiva que nunca: só poderão entrar 1500 pessoas durante o dia no Verão. E, para maior protecção, será retirada a estrada de acesso.

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TURISMO DA SARDENHA/GIANLUCA FIGLIOLA FANTINI
Pelozos papludimys
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TURISMO DA SARDENHA/TRAMONT ANA/CC BY-NC-SA
,Torre del Porto
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,de praia
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TURISMO DA SARDENHA/NACHO/CC BY-NC-SA

A autarquia já tinha defendido a medida e agora foi confirmado que esta avançará a 1 de Junho e ficará vigente durante o Verão: La Pelosa, situada na península de Stintino, na Sardenha, num parque natural e perto de uma antiga de pescadores, vai ter lotação limitada e entrada paga. 

A partir de 1 de Junho, nesta praia de areias brancas e cintilantes e águas translúcidas, só poderão entrar 1500 pessoas por dia. Numa praia que chegava a receber “mais de cinco mil pessoas” em alguns dias, o número máximo de 1500 é considerado “o adequado para a praia suportar”, comentou o presidente da câmara de Stintino, Antonio Diana, realçando que esse valor foi encontrado após “vários estudos”.

À entrada da praia, segundo a autarquia, será entregue uma pulseira biodegradável aos banhistas com “bilhete” (cada dia com uma cor diferente), que, entre as 8h e as 18h, custará 3,50 euros para maiores de 12 anos (crianças até aos 12 não pagam). Entre as 18h e as 8h, a entrada não é paga, já que “as visitas à noite”, refere-se, “não são consideradas como tendo impacto relevante na praia”.

O bilhete entre aspas deve-se a um comentário em comunicado de imprensa da autarquia: “Não lhe chamem bilhete”, lê-se. Será antes “uma tarifa que deve ser entendida como um contributo dos utilizadores para os custos de manutenção”, precisa Diana.

O dinheiro arrecadado, informam, será, de facto, destinado à manutenção e limpeza da praia e arredores, assim como ao sistema de água doce ao dispor dos visitantes e à protecção das dunas. Os visitantes têm também de cumprir obrigatoriamente as regras, entre elas, a proibição de fumar ou de levar animais. Realmente obrigatório: o uso de esteira, para reduzir ao mínimo o impacto na areia,ou usar sabonetes e quaisquer detergentes.

Aprovada a semana passada na assembleia municipal de Stintino, esta é mais uma medida de protecção do ambiente natural da Sardenha, que recebe mais de três milhões de turistas por ano. Uma das regulamentações mais célebres refere-se à protecção das areias, consideradas “sagradas” e um “bem público": é proibido levar areia da praia como souvenir e há multas e penas de prisão até seis anos, como descobriu no ano passado um casal. Aliás, é mesmo proibido levar sacos (para impedir roubo de areia ou de conchas) e à saída da praia é obrigatório limpar bem os pés – tudo para evitar que se perca qualquer grão.

Para piorar a questão ambiental, nos últimos anos a praia tem sofrido muito com a erosão, referia o jornal Corriere della Sera, com o mar e o vento a levarem boa parte da faixa de areia, deixando a praia cada vez mais fina e rochosa. 

Por isso mesmo, e para conter ao máximo o impacto humano, está a decorrer o processo burocrático que levará à retirada da estrada asfaltada: esta, adianta o mesmo jornal, irá desaparecer, o cimento e betume serão retirados, e tudo será substituído por passadiços e estruturas de madeira.

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