FC Porto num jogo que soube a pouco e uma liderança que sabe a muito

Jackson Martínez falhou um penálti para o Portimonense ainda na primeira parte, Alex Telles resolveu o jogo para o FC Porto na segunda.

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Marega e Lucas em duelo no Dragão LUSA/JOSE COELHO

O FC Porto teve pouco de brilhante. E pouco de competente, até. Mas o futebol mede-se em golos e a equipa portista, que sofreu, acabou por vencer o Portimonense por 1-0, neste domingo, subindo, à condição, à liderança da I Liga. O jogo foi resolvido “à bomba”, já perto do apito final, com um grande golo de Alex Telles, depois de 85 minutos de muitos remates – foram 24 –, mas poucos em condições claras de terem sucesso. Um golo que colocou o Dragão em ebulição, que levou Sérgio Conceição à loucura e que deu ao FC Porto uma noite de sono na liderança do campeonato.

O jogo mostrou duas equipas mais individuais do que colectivas. O Portimonense, por falta de jogadores em zona ofensiva, e o FC Porto, por falta de energia e de movimento. Os algarvios fizeram de Tabata o foco, os portistas apontaram para Corona. De um lado, o brasileiro pouco mais conseguiu do que ganhar algumas faltas. Do outro, o mexicano destruiu os adversários que teve pela frente. E foi esta a diferença entre as equipas até ao intervalo.

Com a equipa portista aparentemente cansada (Conceição só mudou um jogador relativamente ao jogo da Liga Europa), a solução foi mais individual do que colectiva e, aí, Corona voltou a mostrar que é, neste momento, o melhor jogador do FC Porto. É praticamente ambidestro, uma raridade que dificulta a abordagem do adversário directo.

O mexicano, a actuar como lateral, mas sempre muito projectado, passou vezes sem conta pelos seus opositores e, aos 13’, teve mesmo uma grande oportunidade de golo, falhando na cara de Gonda. Aos 26’ e aos 33’, o mexicano fez bons cruzamentos, ambos mal definidos por Soares, primeiro, e Marega, depois.

Também Sérgio Oliveira esteve em bom plano, quer na chegada a zonas de finalização, quer no que oferece em matéria de condução, queima de linhas com bola e mesmo a nível do passe. Foi o português que fez uma boa abertura para Díaz assistir Soares para um cabeceamento fraco, aos 36’.

Penálti para as nuvens

O Portimonense, tal como o FC Porto, mostrou-se mais individual do que colectivo. Tabata jogou praticamente sozinho, mas a qualidade técnica que ofereceu não teve apoios próximos. Eis que, já perto do intervalo, o Portimonense encontrou duas vezes a baliza portista. Aos 39’, Jackson Martínez falhou um cabeceamento em excelente posição e, aos 45’, sofreu um penálti que acabou por falhar. Debaixo de um coro de assobios do Dragão – algo certamente estranho para o ex-FC Porto –, atirou o pontapé dos 11 metros muito por cima, colocando a bola na bancada.

À entrada para a segunda parte, Sérgio Conceição não fez uma análise diferente desta. Visivelmente irritado com a falta de qualidade, chamou Zé Luís e Nakajima pouco depois do início do segundo tempo. E a chegada do japonês foi imediatamente sentida num FC Porto refém de movimento, com bons lances aos 57’ e 58’, ambos criados pela energia e abertura de linhas de passe do criativo nipónico.

Sendo certo que Nakajima trouxe mais vigor e movimento ao ataque portista, o estado de coisas mudou pouco. O FC Porto começou a ficar mais nervoso e errático com o passar dos minutos e, apesar de muito povoar a área algarvia, pouco criou com qualidade. Houve um bom cruzamento de Sérgio Oliveira – bom jogo do português – para má finalização de Díaz e houve um cabeceamento de Marcano. Poucos lances claros de golo para um FC Porto que não podia dar-se ao luxo de não vencer esta partida.

Já aos 86 minutos, com cinco jogadores do FC Porto dentro da área do Portimonense, Alex Telles mudou de estratégia: rematou muito forte e de muito longe e fez o oitavo golo na temporada – apesar de ser um lateral, é o melhor marcador portista no campeonato.

O resultado acaba por ser justo, pelo quanto o FC Porto procurou a vitória, mas não tanto pela qualidade que (não) demonstrou. Mas ainda são os golos que mais contam e, neste campo, ter Alex Telles é uma vantagem.

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