Base do Brasil na Antárctida reaberta após destruição por incêndio
Novas infra-estruturas têm 17 laboratórios e capacidade para 65 pessoas.
O Brasil inaugurou na quarta-feira a Estação Antárctida Comandante Ferraz, que havia sido destruída por um incêndio em 2012, com a presença de várias figuras de Estado, como o vice-Presidente e três ministros.
Localizada na lha do Rei Jorge, na Antárctida, a base tem as suas operações e logística asseguradas pela Marinha brasileira, com a apoio da Aeronáutica, tendo contado com um investimento de 100 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros), segundo a imprensa local.
“A ocasião é de júbilo, reconhecimento e homenagem. As novas instalações representam o avanço da presença do Brasil neste continente e um avanço qualitativo expresso no compromisso do Governo federal com o desenvolvimento das actividades científicas ligadas às questões climáticas e ambientais”, disse o vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, no discurso de inauguração.
Hamilton Mourão deslocou-se à Antárctida acompanhado pelos ministros da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e da Infra-estrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, além de representantes da Marinha e outras autoridades.
“A base possibilitará a presença brasileira numa plataforma sustentável, que permitirá conhecer melhor este enorme continente de características ímpares, bem como reafirmar o compromisso do Brasil como membro consultivo do Tratado [da Antárctida] para participar das decisões sobre os destinos dessa região”, afirmou o comandante da Marinha do Brasil, Ilques Barbosa.
O Brasil integra, como membro consultivo, o Tratado da Antárctida.
Segundo o Governo brasileiro, o objectivo da base é realizar investigações científicas em áreas como oceanografia, biologia, glaciologia e meteorologia.
O novo complexo, cujas obras de reconstrução começaram há três anos, tem 4500 metros quadrados de área construída, 17 laboratórios e capacidade para 65 pessoas.
A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, tendo passado por obras de ampliação nos anos seguintes. Contudo, em 2012, a base foi atingida por um incêndio de grandes proporções que resultou na morte de dois militares e na destruição de 70% das instalações.
O Brasil faz parte de um grupo restrito de países que possuem estações científicas na Antárctida.
“O plano de acção da ciência na Antárctida para o Brasil terá melhores condições para desenvolver programas científicos que aumentem a participação brasileira no sistema do trabalho antárctico, que envolve, além do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Fundação Oswaldo Cruz, 13 universidades, contando com 250 investigadores”, declarou ainda Hamilton Mourão.
A cerimónia contou também com o lançamento de um balão meteorológico, cujos dados recolhidos ajudarão no estudo da dinâmica da alta atmosfera na Antárctida.