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Ministério abriu 28 vagas para pediatria. Só concorreram 21 médicos

A revelação de que ficarão vagas desertas para pediatria foi feita esta terça-feira pela ministra da Saúde, durante a audição no Parlamento onde está a ser discutido o Orçamento de Estado (OE) para a saúde de 2020.

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LUSA/TIAGO PETINGA

Apenas 21 médicos se candidataram às 28 vagas para contratação de recém-especialistas em pediatria que o Ministério da Saúde abriu, com o objectivo de contratar quem terminou a formação especializada na segunda época. As candidaturas terminaram a 2 de Janeiro.

A revelação de que ficarão vagas desertas para pediatria foi feita esta terça-feira pela ministra da Saúde, durante a audição no Parlamento onde está a ser discutido o Orçamento de Estado (OE) para a saúde de 2020. A resposta foi dada na sequência das questões colocadas sobre a urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta, em Almada, que está encerrada durante a noite por falta de clínicos para fazer a escala.

O Hospital Garcia de Orta recebeu cinco vagas para a contratação de novos especialistas. Numa entrevista recente ao jornal Observador, o presidente do conselho de administração disse que a urgência poderia não abrir em Março como era intenção, porque podem ficar vagas desertas.

“A nossa intenção e esforço é para a reabertura, o mais breve possível. O presidente do conselho de administração demonstrou alguma dificuldade em antecipar que o concurso com cinco vagas tenha o êxito que desejo. Todo o esforço será para preencher as cinco vagas”, afirmou a ministra da Saúde.

As equipas do hospital consideram que são precisos mais sete pediatras para garantir a estabilidade da urgência e a manutenção 24 horas por dia. Marta Temido disse que dois especialistas já foram contratados: um em Dezembro e outro na passada segunda-feira.

“O número geral de candidaturas em pediatria é de 21 para 27 vagas, se não me falha a memória”, disse a ministra. Foram colocados em concurso para o país 28 vagas. Ou seja, fica claro que haverá lugares que não serão preenchidos por falta de candidatos. E ainda não é certo que todos os médicos que concorreram aceitem um lugar.

Voltando ao Hospital Garcia de Orta, Marta Temido disse que farão tudo para “garantir que todos potenciais interessados tenham conhecimento dos projectos que o Garcia da Orta tem e vão mais além do que fazer urgências”. Segundo a ministra, a administração contactou todos os potenciais interessados para apresentar os projectos do hospital de Almada.

Marta Temido assumiu que não desistiram de “outras soluções que agradam menos, como as prestações de serviço”. Sobre possíveis parcerias, afirmou que procuram soluções com todos os hospitais coroa de Lisboa e com a Santa Casa da Misericórdia. “Há dificuldades na área da pediatria que são independentes dos sectores”, disse.

Ainda relacionada com a falta de recursos humanos, Marta Temido disse que abriram 70 vagas de medicina geral e familiar na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde mais faltam médicos de família. A mesma dificuldade de contratar médicos é sentida na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano. Marta Temido afirmou que “foram abertas mais vagas” para reforço do hospital e dos centros de saúde. E que o pacote de mais 8400 profissionais que pretendem contratar nestes dois anos terá em conta as carências regionais.

Hospitais a andar

A ministra foi questionada sobre os vários hospitais que vão ser construídos. No caso do Hospital Central do Alentejo (Évora), o concurso para a construção recebeu oito propostas, que vão ser agora analisadas.

O Hospital de Beja tem o projecto de execução em fase de análise na Administração Regional de Saúde do Alentejo. “Queremos que avance a curto prazo.” O novo Hospital de proximidade do Seixal, cujo valor de investimento é de 49,7 milhões de euros, “estará até Março em fase de análise de propostas de candidatos à elaboração do projecto”. O início da obra deverá acontecer até Outubro de 2021.

O Hospital pediátrico do São João “está a avançar conforme programado”, assegurou a ministra.

Marta Temido foi ainda questionada sobre a renovação ou não contrato da parceria público-privada do Hospital de Loures, que tem de ser anunciada até esta sexta-feira. A decisão “será em primeira mão comunicada ao parceiro”, disse. A gestão está a cargo do Grupo Luz Saúde.

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