Ministros vão circular na capital só em carros eléctricos, anuncia Costa

A partir de 1 de Fevereiro, todos os ministros só circularão na área metropolitana com viaturas eléctricas. Na abertura da Lisboa Capital Verde Europeia 2020, o primeiro-ministro anunciou também a neutralidade carbónica da sua residência oficial.

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Fernando Veludo/NFactos/Arquivo

A partir de 1 de Fevereiro, todos os ministros só circularão em Lisboa e na área metropolitana em viaturas eléctricas, anunciou este sábado o primeiro-ministro, para assinalar simbolicamente o facto de a cidade ser Capital Verde Europeia em 2020.

“Eu tenho a experiência própria desde que fui presidente da Câmara [de Lisboa] que é possível circular exclusivamente numa viatura eléctrica na cidade de Lisboa e na área metropolitana. A partir do próximo dia 1 de Fevereiro, todos os ministros só circularão na área metropolitana com viaturas eléctricas”, disse o primeiro-ministro, António Costa, durante uma conversa com jovens no Pavilhão Carlos Lopes, inserida nas cerimónias que marcaram o arranque de Lisboa Capital Verde Europeia 2020.

Além deste “gesto simbólico”, referiu, o executivo gostaria ainda de dar “uma prenda” à cidade de Lisboa e, ao longo deste ano, será assegurada a neutralidade carbónica da residência oficial do primeiro-ministro, que produz anualmente 85 toneladas de dióxido de carbono.

“É a prenda simbólica que o Governo gostaria de dar à cidade de Lisboa ao longo deste ano, mas também para servir de exemplo para todos os outros”, salientou.

Quarenta das 85 toneladas de dióxido de carbono produzidas anualmente pelo edifício da residência oficial do primeiro-ministro serão compensadas através da produção local de energia, 35 toneladas através de medidas de gestão de eficiência energética e dez toneladas através do arvoredo do jardim, adiantou.

Segundo o chefe do executivo, o investimento que será feito “é totalmente recuperável nos próximos cinco anos”. “Foi, aliás, assim que o ministro das Finanças aprovou, porque não contribuirá para o défice a longo prazo do Estado português”, gracejou Costa.

O primeiro-ministro salientou ainda que estas duas medidas correspondem a exemplos que o Governo quer dar. “É um exemplo de que se isto é possível naquele edifício, é possível em todos os edifícios, se é possível relativamente à mobilidade dos membros do Governo, é possível para a mobilidade de todos e é essa mudança que temos de fazer colectivamente ao longo dos próximos dez anos se quisermos mesmo ganhar esta batalha”, reforçou.

Lisboa Capital Verde Europeia: “um enorme compromisso”

Sobre a distinção que Lisboa recebeu para ser em 2020 Capital Verde Europeia, António Costa recordou que é a primeira cidade do sul a receber o título, considerando que, “mais do que um prémio, é um enorme compromisso”.

Um compromisso que terá de ser assumido por todos, porque “a realidade das alterações climáticas é absolutamente inquestionável e exige uma acção rápida”, continuou o primeiro-ministro, mostrando uma imagem do degelo na Gronelândia para ilustrar que “a realidade está mesmo aí e exige acção”.

Falando perante uma plateia de jovens, António Costa lançou um desafio “a todos” para participarem na “corrida pela acção climática”, que “é mesmo uma corrida de longo curso”, mas que tem de ser feita “ao ritmo de uma corrida de 100 metros”. “Não podemos adiar as medidas que são possíveis de lançar hoje”, insistiu.

Também presente na conversa com os jovens no Pavilhão Carlos Lopes, Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, realçou o papel que têm desempenhado. “Foram para as ruas, exigiram ação”, disse, insistindo na necessidade de a Europa alcançar a neutralidade carbónica em 2050.

Caso contrário, acrescentou, “a situação poderá ficar fora de controlo”.