Forças de Segurança vão fazer protestos mensais

Intervenientes no encontro nacional criticaram oportunismo do Movimento Zero e denunciaram política de “passos maiores que a perna”.

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César Nogueira, da Associação de guardas da GNR e Paulo Rodrigues, da Associação Sindical da PSP no encontro nacional LUSA/RODRIGO ANTUNES

As associações sindicais da PSP e organizações representativas da Guarda Nacional Republicana decidiram esta quinta-feira num encontro nacional, em Lisboa, a promoção de protestos mensais. No próximo dia 21, está convocado um protesto durante a Final Four da Taça da Liga de Futebol, em Braga, cuja expressão ainda é mantida em segredo, uma concentração junto ao Ministério das Finanças e outra em Faro.

“Todos os meses haverá acções de protesto”, anunciou Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP/PSP). No encontro que durou cerca de três horas e que encheu um auditório da Associação Voz do Operário foram apresentadas outras formas de luta, desde uma simbólica entrega de armas a uma greve de zelo.

“Os profissionais chegaram ao limite, o Governo continua a protelar, as negociações que estão a decorrer não são negociações, somos apenas informados e não há disponibilidade para [nos] ouvir”, descreveu o dirigente sindical as rondas de conversações mantidas com a equipa do Ministério da Administração Interna. “Hoje [9 de Janeiro] o Governo admitiu que não cumpriu o programa previsto no estatuto para a pré-aposentação”, relatou sobre a ronda negocial desta quinta-feira com o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís. Pelo que Paulo Rodrigues não se mostrou optimista face ao restante calendário negocial previsto: “Tendo em conta os exemplos do que ocorreu até agora, duvido que a reunião de 16 de Janeiro tenha conclusões positivas.”

Face à convocatória do Movimento Zero de concentrações para 21 de Janeiro junto a diversos aeroportos nacionais, o dirigente sindical considerou que todos os protestos são bem-vindos. “Queremos que todas as acções sejam participadas, todos estamos revoltados”, afirmou, retirando o exclusivo do descontentamento ao Movimento Zero.

Durante a reunião desta quinta-feira, vários intervenientes classificaram como “oportunistas” acções que prefiguram “um passo maior que a perna”, numa referência indirecta às iniciativas do movimento inorgânico enaltecido pela extrema-direita.

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