O Koala Hospital, em Port Macquarie, oferece a possibilidade de “adoptar” os coalas afectados pelos incêndios que atravessam a Austrália. Estima-se que mais de oito mil destes animais tenham morrido nesta época de incêndios, que já queimou cinco milhões de hectares, reduzindo drasticamente o habitat destes animais.
Este hospital foi inaugurado em 1973 e recolhe coalas feridos ou com impossibilidade de continuar em estado selvagem — seja devido à desflorestação ou fenómenos naturais. A taxa de adopção servirá para que este espaço de recolha e tratamento consiga financiar os tratamentos médicos que os coalas necessitam. Quem decidir ajudar recebe um certificado de adopção, com uma imagem do animal e um agradecimento pela contribuição. O Koala Hospital recolheu quase três milhões de dólares australianos (1,9 milhões de euros, aproximadamente) numa campanha online para ajudar os animais afectados pelos incêndios.
Para além da campanha digital de financiamento bem-sucedida, este hospital recebeu atenção internacional em Novembro, após ter recebido o coala resgatado das chamas por uma mulher em Long Flat, no estado australiano de Nova Gales do Sul. O animal de 14 anos foi baptizado Ellenborough Lewis em homenagem ao neto de Toni Doherty, a mulher que o salvou. O coala sofreu queimaduras graves e acabou por ser eutanasiado.
Só no estado de Nova Gales do Sul, um dos mais afectados pelos incêndios, a ministra do Ambiente australiana prevê que 30% da população de coalas da região tenha morrido nas chamas.
Além do Koala Hospital, também a Australia Koala Foundation, organização sem fins lucrativos que se dedica à preservação de coalas e gestão das populações em estado selvagem, também coloca a hipótese de adoptar animais resgatados nos incêndios. As pessoas que estiverem mais perto podem visitar os animais adoptados, mediante disponibilidade da fundação. Fundada em 1986, a organização também aceita donativos para fazer face às despesas acrescidas na época de incêndios.
Os fogos na Austrália já mataram 23 pessoas desde o seu início, em Setembro. Seis pessoas continuam desaparecidas em Nova Gales do Sul. As chamas estão a ser combatidas pelo Serviço de Incêndios Rurais, força constituída principalmente por bombeiros voluntários. No local, a auxiliar as populações, encontra-se a Cruz Vermelha australiana, que também ajuda nas evacuações e na prestação dos cuidados médicos necessários. Ambas as organizações aceitam doações.