Cartas ao director
Façam-se mais barragens
O clima mudou, é uma constatação permanente, logo o tempo das chuvas é radicalmente inconstante, e pode acontecer em grandes quantidades em determinados momentos, e depois estar-se em “seca” demasiado tempo. Em vez de deixarmos escorrer a água que não sabemos reter directamente para os oceanos, devíamos ter capacidade para a guardar.
Talvez uma opção fosse fazer mais barragens, que além de serem reservas constantes de água seriam também produtoras de energia eléctrica, não poluidora. Mas não pode ser... Cria micro-climas. Muda a paisagem...
Augusto Küttner de Magalhães, Porto
O lobismo na formação de médicos
O múnus de médico é o único no país em que o Estado lança a concurso vagas que não são preenchidas, o que acontece a expensas de uma maleita tão maligna como a da corrupção: falo do lobismo, área em que ponteia a Ordem dos Médicos, encabeçada por entes voltados mais para o seu umbigo que para o interesse público.
Situação afim existiu no antigo regime, antes das revoluções liberais lhe porem cobro. Há resquícios ancestrais do antigo regime em Portugal e o caso da corporação dos médicos é um deles. O privado pode criar todo o género de cursos, menos o de medicina: para esta função, já não se reconhece qualidade, por exemplo, a uma instituição como a Universidade Católica. Há jovens no secundário com muita vontade de seguirem medicina e que ficam impedidos disso por causa do corporativismo da classe médica. O problema do risco de perda de qualidade, alegado alhures, é falacioso e de supérflua discussão. Por outro lado, sabemos que uma grande percentagem dos actuais médicos passou no ensino secundário pelo privado para mor de melhorarem a sua média académica com vista ao ingresso no curso de medicina — que os portugueses pagam e que depois vai ser tendencialmente usado como uma mercancia para vender no estrangeiro ou no empresariado privado.
Augusto Castro Pereira
2020
Esqueçamos conscientemente neste pequeno período festivo que estamos vivendo, o que de mau se passa no mundo inteiro e especialmente no nosso país. Que todos, seja qual for o seu sexo, cor ou religião, se lembrem que a vida é uma passagem, sejam ricos, pobres ou remediados não se sabendo nem como nem quando saímos dela. Que todos/as se lembrem que todo/a aquele/a que está ao nosso lado seja onde for é um ser humano, não é um telemóvel, por vezes necessitando de carinho. Ponhamos todos/as os olhos naqueles/as jovens, menos jovens ou mais maduros que se dedicam voluntariamente, com prejuízo dos seus tempos de lazer a ajudar os seus/suas semelhantes, levando-lhes pão, esperança e conforto, aspectos tão necessários para o equilíbrio de qualquer ser humano. Que o ano de 2020 seja melhor para todos/as especialmente para os/as mais fustigados/as pelas agruras da vida.
Carlos Leal, Lisboa