Ruptura de stock de xarope Ben-U-Ron nas farmácias. Mas há alternativas
Associação Nacional de Farmácias confirma ruptura no fornecimento deste medicamento, que deverá ser reposto na totalidade em Fevereiro. Há, contudo, outras alternativas de paracetamol xarope à venda.
Algumas farmácias poderão ficar sem xarope Ben-U-Ron, naquela que é o período previsto pela Direcção-Geral da Saúde (DGS) como o pico da gripe. A Associação Nacional de Farmácias confirmou ao Jornal de Notícias uma ruptura de stock na versão em xarope deste fármaco, prevendo que uma reposição apenas será possível em Fevereiro. Contudo, esta é apenas uma marca das que vende paracetamol em xarope. Existem outras — nomeadamente genéricos — que não estão disponíveis.
Este xarope, um dos mais utilizados para o combate da febre e dos sintomas gripais registados em crianças, enfrenta problemas na produção. O paracetamol é um dos compostos mais frequentemente utilizados a nível mundial, sendo o medicamento antipirético e analgésico mais utilizado desde 1955.
O director médico da empresa responsável pelo fabrico dos medicamentos Ben-U-Ron, Alfredo Tavares, espera que a ruptura não se faça sentir tão cedo, mas alertou para a existência de outros fármacos que, à semelhança deste produto da Bene Farmacêutica, contêm paracetamol como substância activa.
“A previsão é não recebermos o Ben-U-Ron xarope até ao final de Fevereiro, mas estamos a fazer todos os possíveis para que seja muito antes. Não temos indicação de que já esteja esgotado nas farmácias, os armazenistas ainda devem ter. Mas existem outras alternativas. Os utentes devem falar com o seu médico e procurar saber qual é a melhor opção”, afirmou, em declarações à plataforma NiT (New in Town).
Em 2018, faltaram 64,1 milhões de embalagens nas farmácias
As faltas de medicamentos reportadas pelas farmácias atingiram um valor recorde no ano passado. Ao todo, foram 64,1 milhões de embalagens de medicamentos que não puderam ser dispensadas no momento em que as pessoas as tentaram adquirir. É o número mais elevado desde que o fenómeno começou a ser monitorizado, em 2014.
No primeiro semestre de 2019, a falta de medicamentos atingiu um máximo histórico. Uma sondagem efectuada pelo Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (Cefar) da Associação Nacional de Farmácias (ANF) mostra que as regiões do interior do país são as mais afectadas.
Beja foi o distrito onde o impacto do problema mais se fez sentir: 9,3% dos doentes disseram já ter sido obrigados a interromper o tratamento devido à indisponibilidade dos medicamentos no momento em que os tentavam comprar nas farmácias, quase o dobro da média nacional (5,5%).