Rio diz que voto contra OE é o “previsível”, mas elogia superavit
Rui Rio afirmou que o sentido de voto será definido em função do “mérito” do OE e, embora reconheça que o voto contra é o mais previsível, elogiou a opção pelo excedente orçamental. Sobre a posição do PSD-Madeira, reconheceu que “não é normal”.
Rui Rio promete não demorar muito mais tempo a definir o sentido de voto do PSD no Orçamento do Estado e, embora reconheça que o voto contra é o mais “previsível”, não deixa de elogiar uma das suas características essenciais: a previsão de um superavit em 2020.
À saída da audiência com o Presidente da República, o presidente social-democrata voltou a insistir nesta quarta-feira na necessidade de “olhar para o Orçamento como um todo e ver se pode ou não cumprir as grandes linhas orçamentais” que o PS defende. “Temos de olhar para a evolução da carga fiscal, da poupança interna, do investimento público, do peso da despesa no PIB, ver se é um orçamento transparente em matéria de cativações e em que medida se coaduna ou não com a política orçamental que nós defendemos”, disse.
Questionado pelos jornalistas, mostrou-se desde já agradado com o facto de o OE ter uma previsão de excedente orçamental: “Aí sim. Aquilo que eu sempre defendi foi que, face ao endividamento público elevadíssimo do país, com uma taxa de crescimento económico razoável, nós devemos também ter um pequeno superavit, para que, quando a taxa de crescimento económico for baixinha ou negativa, possamos ter efectivamente défice. Desde o 25 de Abril até hoje só somámos défices atrás de défices, défices permanentes que levaram o endividamento para uma escala brutal”.
Por isso, sublinhou, “a nossa condenação ao OE, quando vier, não é por aí de certeza absoluta”. Reconheceu que o voto contra “é o mais previsível”, mas remeteu a decisão final para mais tarde, garantindo que “não demorará muito mais”. E prometeu uma análise mais detalhada para o jantar da bancada parlamentar do PSD, que se realizava logo a seguir.
Questionado sobre a posição do PSD-Madeira, que já fez saber que poderá votar a favor do OE, Rui Rio afirmou que até hoje não teve nenhum contacto sobre o assunto com qualquer desses deputados ou o líder regional, Miguel Albuquerque, e confirmou que ainda não decidiu se vai impor disciplina de voto.
“Não decidimos nada, porque ainda não temos nada para decidir. Só no momento em que decidir se o voto é num ou noutro sentido, se é coincidente com o nosso ou não é que o facto existe e podemos tratar dele. Neste momento o facto inexiste”, disse. Mas reconhece que o problema está latente e acabou por deixar cair que a situação “não é normal”.