Há 30 anos que este hotel é esculpido no gelo para derreter na Primavera

Nasceu como galeria de arte, fez-se acampamento e cedo se transformou em hotel. Hoje é uma das principais atracções turísticas da Suécia, com quartos gelados, outros quentes e alguns abertos todo o ano. O primeiro hotel do mundo feito em gelo celebra 30 anos e já revelou as suítes da nova temporada.

Suíte Uma noite no teatro, criada por Jonathan Paul Green e Marnie Green DR/Asaf Kliger
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Suíte Uma noite no teatro, criada por Jonathan Paul Green e Marnie Green DR/Asaf Kliger

No Verão, a pequena vila de Jukkasjärvi transbordava de vida e de turistas, mas bastava chegarem os primeiros dias de Inverno para se transformar num deserto escuro e gelado. Yngve Bergqvist, dono de uma empresa de actividades ao ar livre, queria mudar isso.

Em 1989, inspirado pelo que vira numa viagem ao Japão, convidou dois artistas japoneses para dar um workshop de escultura em gelo na vila, localizada no Norte da Suécia, cerca de 200 quilómetros acima do Círculo Polar Árctico. No Inverno seguinte, o projecto foi transformado em galeria de arte, com a construção de um iglu com 60 metros quadrados, o ARTic Hall.

Numa das noites, com todas as unidades de alojamento reservadas, Bergqvist sugeriu que um grupo passasse a noite no iglu. “Na manhã seguinte, estavam deslumbrados com a experiência”, recorda o site. Nascia assim o Icehotel, o primeiro hotel do mundo feito em gelo. Hoje em dia, é uma das atracções turísticas mais famosas da Suécia, somando cerca de 70 mil visitantes por ano.

Todos os Invernos, uma parte do hotel é esculpido por artistas convidados a partir de blocos de gelo recolhidos do vizinho rio Torne. E a cada Primavera tudo derrete com a chegada dos dias amenos e é devolvido ao leito do rio. Para Luca Roncoroni, director criativo do projecto, “há algo de especial no facto de criar arte e design em colaboração com o rio, o céu e o ar”.

Até ao momento, “mais de 500 artistas contribuíram para as várias reincarnações do Icehotel”. Para celebrar o 30.º aniversário, foram convidados 33 artistas oriundos de 16 países e durante duas semanas ergueu-se um hotel que é também uma exposição de arte efémera feita inteiramente com uma mistura de neve e gelo proveniente do rio Torne.

Além de 15 suítes temáticas e 20 quartos gelados, foi construído um novo bar de gelo, uma sala de cerimónias, um hall de entrada com candelabros feitos de mil cristais de gelo esculpidos à mão, um miradouro com vista para o rio e uma torre com quatro metros de altura, onde os visitantes podem entrar, um tributo à arquitectura brutalista.

A nova temporada gelada do Icehotel arrancou a 13 de Dezembro e vai continuar aberta a hóspedes até 14 de Abril (preços a partir de cerca de 700€ por noite). Já a zona permanente da unidade de alojamento mantém-se em funcionamento ao longo de todo o ano, com nove suítes deluxe e 11 suítes artísticas no Icehotel365 (inaugurado em 2016), além de uma área aquecida, com mais quartos e chalets. No restaurante, o novo menu de doze pratos foca-se “nos ingredientes naturais e na utilização tradicional sueca de sabores salgados, doces e fumados”.

Quarto dos Ossos, criado por Rob Harding
Quarto dos Ossos, criado por Rob Harding DR/Asaf Kliger
Instalação artística "experiência brutal", inspirada na arquitectura brutalista, design de Jens Thoms Ivarsson,  e Mats Nilsson
Instalação artística "experiência brutal", inspirada na arquitectura brutalista, design de Jens Thoms Ivarsson, e Mats Nilsson DR/Asaf Kliger
Chalet na floresta, um dos novos alojamentos do Icehotel365, obra de Hugh e Howard Miller
Chalet na floresta, um dos novos alojamentos do Icehotel365, obra de Hugh e Howard Miller DR/Asaf Kliger
Gelo dourado, de Nicolas Triboulot e Jean-Marie Guitera
Gelo dourado, de Nicolas Triboulot e Jean-Marie Guitera DR/Asaf Kliger
Água limpa, obra criada por AnnaSofia Maag e Niklas  Byman
Água limpa, obra criada por AnnaSofia Maag e Niklas Byman DR/Asaf Kliger
Crescentes, design de Elin Julin e Ida Mangsbo
Crescentes, design de Elin Julin e Ida Mangsbo DR/Asaf Kliger
Ecos do rio Torne, obra de Francisco Javier Cortes Zamudio
Ecos do rio Torne, obra de Francisco Javier Cortes Zamudio DR/Asaf Kliger
Covil do felino, criado por Brian Alvin McArthur e Dawn Marie Detarando
Covil do felino, criado por Brian Alvin McArthur e Dawn Marie Detarando DR/Asaf Kliger
Ginkgo, na sala de cerimónias, uma obra de Nina e Johan Kauppi
Ginkgo, na sala de cerimónias, uma obra de Nina e Johan Kauppi DR/Asaf Kliger
A ponta do icebergue, design de Franziska Agrawal
A ponta do icebergue, design de Franziska Agrawal DR/Asaf Kliger
Santorini Branca, de Haemee Han e Jae Yual Lee
Santorini Branca, de Haemee Han e Jae Yual Lee DR/Asaf Kliger
Caleidoscópio, de Natsuki Saito e Shingo Saito
Caleidoscópio, de Natsuki Saito e Shingo Saito DR/Asaf Kliger
Ruossut, criado por Anna Ohlund e John Pettersson
Ruossut, criado por Anna Ohlund e John Pettersson DR/Asaf Kliger
Sonho de Primavera, design de Lei Zhao e Yong Zhao
Sonho de Primavera, design de Lei Zhao e Yong Zhao DR/Asaf Kliger
O sexto sentido, de Ekaterina Barsukova e Vladimir Barsukov
O sexto sentido, de Ekaterina Barsukova e Vladimir Barsukov DR/Asaf Kliger
O dia seguinte, obra de Marjolein Vonk e Maurizio Perron
O dia seguinte, obra de Marjolein Vonk e Maurizio Perron DR/Asaf Kliger
O dia seguinte, obra de Marjolein Vonk e Maurizio Perron
O dia seguinte, obra de Marjolein Vonk e Maurizio Perron DR/Asaf Kliger
Aquece, design de Aleksandra Pasek e Tomasz Czajkowski
Aquece, design de Aleksandra Pasek e Tomasz Czajkowski DR/Asaf Kliger
Torneland, o bar da nova temporada, esculpido por Mathieu Brison e Luc Voisin
Torneland, o bar da nova temporada, esculpido por Mathieu Brison e Luc Voisin DR/Asaf Kliger
Subterrâneo, design de Daniel Rosenbaum e Jargen Westin
Subterrâneo, design de Daniel Rosenbaum e Jargen Westin DR/Asaf Kliger
Subterrâneo, design de Daniel Rosenbaum e Jargen Westin
Subterrâneo, design de Daniel Rosenbaum e Jargen Westin DR/Asaf Kliger