FC Porto vence Tondela em noite tranquila
Soares bisou na primeira meia-hora e Otávio encerrou a discussão no início da segunda parte, deixando Natxo González sem quaisquer hipóteses de cumprir a promessa de marcar no Dragão.
O FC Porto venceu esta segunda-feira o Tondela por 3-0 no encontro que encerrou a 14.ª jornada da I Liga, repondo tranquilamente a diferença de quatro pontos para o líder do campeonato, numa noite marcada pelo bis de Soares (10 e 32') e pela estreia de Otávio a marcar na presente época.
Sem Danilo, surpreendentemente fora das opções, o FC Porto apresentou-se com um meio-campo alternativo, adaptando Otávio a uma função de maior tracção traseira, sempre mais dedicado à primeira fase de construção, à organização e à imposição dos ritmos de jogo.
O brasileiro contava com a presença de Nakajima — a principal surpresa no onze titular —, que procurava explorar todos os espaços nas costas de Soares e Marega, numa visão anarquista, assumindo-se como maior foco de desestabilização, algo que o Tondela nunca chegou a entender.
Sem nenhum peso pesado à frente dos centrais e com Uribe a aproveitar todas as oportunidades para romper as linhas adversárias, a estratégia de Sérgio Conceição beneficiava enormemente do facto de Soares ter marcado muito cedo. Pormenor decisivo para anular um dos grandes trunfos do Tondela, uma das equipas mais bem sucedidas na qualidade de visitante, exímia a jogar no erro do adversário.
Mas para poder colocar em prática os planos de Natxo González, o Tondela precisava de ser mais incisivo para conseguir inquietar os “dragões”, o que ficou ainda mais difícil depois de Soares ter bisado e conseguido, em pouco mais de meia hora, os mesmos resultados práticos apresentados até ao momento no campeonato, onde tinha apenas dois golos.
Terceiro golo “matou” o Tondela
O FC Porto circulava bem a bola, obrigando o adversário a correr e a desgastar-se, roubando-lhe o fôlego e discernimento indispensáveis para provocar mossa. E para azar do treinador visitante, Bruno Wilson, que já tinha ficado ligado ao primeiro golo, permitindo o cabeceamento sem oposição de Soares, lesionou-se, forçando uma substituição ainda antes dos 20 minutos.
O Tondela, que prometera marcar no Dragão, não conseguia sequer respirar, acabando por dispor apenas de uma boa oportunidade em resposta ao segundo golo portista. Mas João Pedro hesitou o suficiente para nem rematar nem cruzar para a entrada de Jonathan Toro. O Tondela estava cada vez mais exposto, revelando as fragilidades que disfarçava apenas na sequência de lances fortuitos, normalmente nascidos de ressaltos ou precipitações dos “azuis e brancos”.
Natxo González percebia que não seria fácil cumprir o prometido e marcar o golo idealizado, que seria o primeiro sofrido pelos portistas, para o campeonato, no Dragão. E para agravar o quadro, a segunda parte deixou o Tondela completamente fora da discussão do resultado. Conceição trocou um Marega abnegado, que se empenhou a fundo, por Manafá, libertando Corona para a verdadeira vocação do mexicano. E o terceiro golo não tardou, com Otávio a infiltrar-se e a marcar após assistência de Corona.
Nakajima poderia ter engordado o resultado na sequência de uma falha do guarda-redes Cláudio Ramos, mas deslumbrou-se, permitindo a defesa. Ao Tondela restava a consolação de chegar ao tal golo, que nunca foi capaz de confirmar.