PCP leva cervejaria Galiza ao Parlamento e apela a solidariedade dos portuenses

Comunistas questionaram Governo sobre o processo da cervejaria portuense onde há 10 dias os trabalhadores assumiram a gestão da casa para evitar o seu fecho.

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Jerónimo de Sousa jantou na cervejaria Galiza para mostrar solidariedade com os trabalhadores Manuel Roberto

O Partido Comunista Português quer saber que medidas pretende o Governo tomar para garantir a manutenção dos 31 postos de trabalho da cervejaria Galiza, no Porto. Num comunicado enviado às redacções, a Direcção da Organização Regional do Porto do PCP questiona o Ministério do Trabalho sobre “"quantas foram as acções inspectivas da ACT [Autoridade para as Condições de Trabalho] à Cervejaria Galiza nos últimos dez anos” e quais as “acções tomadas junto da empresa no seguimento das mesmas”.

Neste momento - e depois de uma comissão de trabalhadores ter assumido a gestão da casa quando a administração se preparava para, sem aviso, fechar portas -, a Galiza é palco de “um processo de luta de grande combatividade e perseverança”, sublinha o PCP, dizendo que isso tem permitido “manter aberta esta conhecida casa de restauração da cidade do Porto”.

Estes trabalhadores, continuam os comunistas, “têm vindo a ser fustigados ao longo dos anos com desrespeito sucessivos por parte da empresa”, sendo “inaceitável a continuada realidade de salários pagos às prestações”.

No início deste processo, na noite de 11 de Novembro, os trabalhadores tinham parte do salário do mês de Outubro por saldar, bem como o subsídio de Natal de 2018. Com a gestão feita por esta comissão, escolhida com aval da administração, já foi possível pagar aos trabalhadores o mês de Outubro e parte do subsídio em falta.

Para o PCP, “face a esta realidade, importa que sejam salvaguardados todos os postos de trabalho deste estabelecimento, bem como que sejam cabalmente cumpridos os direitos destes trabalhadores”. Por acreditar que este “processo de luta” depende também da “mobilização" dos portuenses, a estrutura local do PCP convida as gentes do Porto a uma “passagem solidária” pela Galiza esta sexta-feira, entre as 17 e as 18 horas.

Depois da vereadora comunista na Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, - e de várias figuras do Bloco de Esquerda, entre elas a coordenadora Catarina Martins - ter visitado a cervejaria, também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, esteve no espaço, onde defendeu um papel para o Governo na resolução deste problema. “São 30 postos de trabalho que estão aqui em causa, de muitos que para a sua vida precisam de continuar aqui a trabalhar, não pedem mais do que isso. Querem continuar a trabalhar e ter o seu direito ao trabalho e, por isso mesmo é que, tendo em conta esta marca que é parte intrínseca desta cidade do Porto, [desejo que] possa continuar de portas abertas com uma situação social e laboral resolvida”, disse, citado pela agência Lusa, na terça-feira à noite

Na próxima segunda-feira, o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte e a comissão de trabalhadores voltam a reunir-se com a administração, que ainda esta semana prometeu dar maior apoio na gestão do estabelecimento. No último encontro, os trabalhadores ficaram a saber que já existem pelo menos dois investidores interessados em ficar com a cervejaria. 

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