O homem para quem a cantiga foi mesmo uma arma

José Mário Branco não era apenas um cantor e compositor com ideais de esquerda. Foi um militante político, que participou empenhadamente em diversas organizações, do PCP e da UDP ao BE, mas que, tanto no exílio parisiense como no Portugal democrático, esteve sempre disponível para as lutas genuinamente populares e nunca caiu no sectarismo.

Preto M
Fotogaleria
José Mário Branco dr
Fotogaleria
A casa onde José Mário Branco vivia, na Rua dos Bragas. O quarto onde Ricardo Lima ia estudar com o amigo é o que tem as portas para a varanda entreabertas, no segundo andar.

Os anos de formação de José Mário Branco coincidem com um período em que a juventude portuguesa mais inconformada com o regime se politizava depressa. José Mário Branco tinha 16 anos quando Humberto Delgado desafiou Salazar e a campanha eleitoral de 1958 terá sido o cenário do seu primeiro envolvimento político, quando era ainda um católico convicto. Em 1961 já era militante clandestino do PCP, em Abril do ano seguinte é preso – tem então 19 anos –, e em 1963 recusa participar na guerra colonial e exila-se em França, de onde só regressará após o 25 de Abril de 1974. 

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.