Trump avisou russos de operação que matou Baghdadi antes dos líderes do Congresso

A líder da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, revelou que não teve conhecimento da operação. “Washington é uma máquina de fugas de informação”, justifica Presidente.

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Donald Trump Reuters/Jim Bourg

Antes de avisar os líderes do Congresso de que os Estados Unidos estavam a preparar uma operação militar na Síria que viria a culminar na morte do líder do grupo extremista Daesh, Donald Trump terá notificado a Rússia. A revelação foi feita pela líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, depois da conferência de imprensa do Presidente norte-americano, em que confirmava a morte de Abu Bakr al-Baghdadi.

Na sua intervenção, após saber o desfecho desta operação, Trump justificou o secretismo com o desejo de “ter a certeza de que [o ataque] permaneceria secreto”. Neste tipo de operações, o Presidente segue um protocolo que envolve entrar em contacto com os líderes congressistas — independentemente da cor política.

“A Câmara [dos Representantes] tem de ser notificada desta operação militar da qual os russos sabiam de antemão, mas não a liderança do Congresso”, afirmou Pelosi, citada pela NBC News. A líder da Câmara dos Representantes disse ainda que os russos também souberam em primeira mão da estratégia que a administração Trump tem para esta região do Médio Oriente. “As nossas forças armadas e aliados merecem uma liderança forte, inteligente e estratégica de Washington”, rematou.

Por sua vez, Donald Trump afirmou que a Rússia foi avisada porque as forças norte-americanas iriam sobrevoar certas zonas controladas pelo Exército russo. O Washington Post escreve que o general Igor Konashenkov, porta-voz do ministro da Defesa russo, afirmou que este ministério não tem “informação credível” sobre esta acção militar.

Quando questionado sobre se avisou Pelosi da acção militar, Trump não escondeu que deixou a líder democrata da Câmara dos Representantes “às cegas”. “Washington é uma máquina de fugas de informação. Disse ao meu staff: ‘Não os vamos informar até que os nossos soldados saiam. Não quero que eles sejam recebidos com fogo inimigo’.”

No dia 17 de Outubro, uma reunião entre a Câmara dos Representantes e o executivo de Trump terminou em guerra entre o Presidente e Nancy Pelosi. “Consigo, todos os caminhos vão dar à Rússia”, acusou a democrata, de dedo indicador em riste. Momentos depois, os representantes do Partido Democrata levantaram-se e saíram da sala, numa reunião que viu aprovado um voto de condenação pela retirada das tropas norte-americanas do Norte da Síria, resultado que simbolizou momento de união política contra Donald Trump. 

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