PCP e PEV confirmam convergência e priorizam creches, salários, ambiente e ferrovia
O aumento do salário mínimo nacional para 850 euros será uma das iniciativas da bancada do PCP na Assembleia da República.
O secretário-geral comunista reafirmou nesta quinta-feira a convergência com o parceiro da Coligação Democrática Unitária (CDU), o Partido Ecologista “Os Verdes”, e definiu como prioridades para a XIV Legislatura, que começa sexta-feira, uma rede pública de creches gratuitas.
Jerónimo de Sousa, entre outras iniciativas, elegeu também o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros como uma das iniciativas da bancada do PCP na Assembleia da República.
“Confirma-se o empenhamento no sentido da convergência e da iniciativa, particularmente no plano parlamentar. Convergência também em relação ao futuro da batalha eleitoral das eleições autárquicas (2021)”, afirmou, após reunião com os responsáveis ecologistas, na sede do PEV, em Lisboa.
Como objectivos para as próximas semanas, no novo parlamento, o líder comunista elegeu um, “que tem de ser trabalhado e concretizado - a ideia de que todas as crianças até aos três anos deveriam ter uma creche gratuita”, além da “valorização do trabalho e dos trabalhadores, particularmente o aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional”.
Jerónimo de Sousa voltou a negar a existência quaisquer contactos ou reuniões formais com o PS ou com o novo Governo depois daquela realizada em 9 de Outubro, na sede comunista, e remeteu eventuais contactos sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2020 para depois da apresentação do programa do executivo minoritário socialista.
“Cada qual escolhe os interlocutores que entender por bem”, disse, questionado sobre os noticiados encontros informais recentes entre de representantes do PS com o PAN e o Livre.
Por seu turno, a ainda líder parlamentar e dirigente ecologista, Heloísa Apolónia, elencou como “bandeiras” o investimento nos transportes e na mobilidade, com especial atenção à ferrovia, bem como o combate às assimetrias regionais e a redução da utilização do plástico não essencial, entre outras.
“Não, para já, não temos nenhumas reuniões agendadas com o PS”, esclareceu também.
Segundo a deputada ecologista, que vai abandonar o hemiciclo ao cabo de 24 anos, uma vez que não foi eleita como cabeça-de-lista da CDU por Leiria, o PEV vai estar “de forma muito proactiva na Assembleia da República, através da apresentação de um conjunto muito significativo e importante de propostas que têm impacto directo na vida das pessoas e na sustentabilidade do desenvolvimento do país”.
“Relativamente às propostas de outros partidos e, designadamente, as apresentadas pelo Governo, votaremos a favor de todas aquelas que forem benéficas para a melhoria da vida das pessoas e a sustentabilidade do desenvolvimento e valorização do património natural. Contarão, contudo, com o voto contra de “Os Verdes” em tudo aquilo que for em sentido contrário”, concluiu.