Tufão Hagibis chega ao Japão. Mais de seis milhões de pessoas aconselhadas a sair de casa
As chuvas torrenciais e os ventos fortes estão a afectar várias regiões do Japão, com o país a enfrentar aquela que poderá ser a pior tempestade dos últimos 60 anos. Um homem morreu na província de Chiba, a este de Tóquio, depois de o carro em que seguia ter capotado.
O tufão Hagibis atingiu neste sábado, pelas 19h (hora local) a Península de Izu, a oeste de Tóquio, na ilha japonesa de Honshu. Mais de seis milhões de pessoas foram aconselhadas a abandonar as suas casas devido às cheias e ao risco de deslizamentos de terra.
Um homem morreu na província de Chiba, a este de Tóquio, depois de o carro em que seguia ter capotado devido aos ventos fortes. Segundo a agência Reuters, o tufão já provocou pelo menos dois mortos e cerca de 60 feridos.
A circulação de transportes públicos, incluindo comboios, foi interrompida e mais de mil voos foram cancelados.
O tufão Hagibis, cujo nome significa “velocidade” na língua tagalog (um dos principais idiomas falados na República das Filipinas), atingiu neste sábado o Japão. As chuvas torrenciais e os ventos fortes estão a afectar grande parte do país, com o Japão a enfrentar aquela que poderá ser a pior tempestade dos últimos 60 anos.
Os furacões e tufões correspondem ao mesmo fenómeno meteorológico — um forte ciclone tropical com ventos de mais de 119 km/h —, mas assumem diferentes designações dependendo do local onde ocorrem. O termo furacão, usado nos ciclones do Atlântico Norte e do Pacífico Norte, a Leste da linha internacional de mudança da data (do lado da costa Leste dos EUA), deriva de um antigo nome caribenho (Huracan) que designa o “Deus do mal”. Os ciclones do Pacífico Norte, a Oeste da linha da data (do lado da Ásia), chamam-se tufões, nome que vem do chinês. No Oceano Índico, o termo mais corrente é ciclone tropical.
Alerta máximo
A Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês) activou o nível de alerta máximo (nível 5) devido à previsão de chuvas de intensidade raramente observada, em 12 regiões do Centro e Este do país, nomeadamente Shizuoka, Kanagawa, Tóquio, Saitama, Gunma, Yamanashi, Nagano, Ibaraki, Tochigi, Niigata, Fukushima e Miyagi.
No alerta, a JMA avisa que a forte precipitação poderá atingir níveis observados em 1958, em que a passagem do tufão Ida causou mais de 12 mil mortos e desaparecidos, e aconselha os residentes em locais na proximidade de rios ou nas zonas costeiras a procurarem refúgio em lugares seguros ou nos andares mais elevados dos edifícios.
“Provavelmente já se estão a registar danos causados pelas inundações e deslizamentos de terra”, afirmou um especialista da Agência Meteorológica do Japão em conferência de imprensa, citada pela Reuters. “É fundamental que as pessoas tomem medidas urgentes para proteger as suas vidas e as vidas dos seus entes queridos”.
Pelo menos dez rios do país estão em risco de transbordar, há barragens a atingir o limite máximo da sua capacidade e prevêem-se subidas do nível do mar até 2,5 metros na baía junto à capital, Tóquio, segundo avança a cadeia de televisão pública NHK, citada pela agência Efe.
Dados facultados pela companhia eléctrica de Tóquio indicam que há mais de 150 mil casas sem electricidade, número que se refere apenas aos casos registados na capital do país. Entretanto, a agência Associated Press avançou que a região foi abalada por um sismo com magnitude de 5,3, mas o facto de se ter registado numa zona costeira profunda e a cerca de 59,5 quilómetros da costa ajudou a minimizar o seu impacto.