Deutsche Bank avança com 9000 despedimentos na Alemanha
O novo líder da área da banca de retalho na Alemanha procura formas de reduzir os custos com vista a poupar milhões de euros em compensações e despesas regulatórias.
Das 18.000 demissões previstas no Deutsche Bank, 9000 terão efeito na Alemanha, avançou hoje, 8 de Outubro, a Bloomberg. O banco está a contar, com esta iniciativa, reduzir os seus custos na banca de retalho. No final de 2018, o banco alemão empregava 41.700 pessoas na Alemanha (de um total de 91.700 em todo o mundo).
No início de Julho deste ano, Christian Sewing, presidente executivo da instituição financeira, já havia revelado a profunda restruturação do banco, sendo que os cortes nos postos de trabalho são uma parte essencial no plano. Frank Strauss, anterior líder da área de banca de retalho do grupo Deutsche Bank, abandonou a instituição por não concordar com o plano.
À Bloomberg, o banco não quis revelar os cortes a nível “regional” justificando com o facto de estarem “a comunicar directamente” com a comissão de trabalhadores e com os próprios trabalhadores “sobre os seus empregos e as opções disponíveis”.
O novo chefe da banca de retalho na Alemanha, Manfred Knof, procura formas de cortar custos, nomeadamente através da redução da estrutura operacional, designadamente diminuindo a presença em Bona, onde se situa a segunda sede da instituição. A expectativa é que as suas medidas permitam poupar milhões de euros em compensações e despesas regulatórias. Será a banca a retalho que assumirá o maior peso na poupança do Deutsche Bank, com 60% dos 2,3 mil milhões de euros previstos até ao final de 2022. As despesas devem cair cerca de 6% por ano, muito mais do que outras divisões do banco alemão.
No que diz respeito aos cortes, a decisão será feita antes do dia do investidor do banco, que irá ocorrer em Dezembro. E terão que ter a aprovação por parte dos reguladores financeiros.
Christian Sewing disse que a maioria dos cortes planeados acontecerá no fim de 2022 e que serão afectadas todas as regiões onde o banco tem operações, mas a Alemanha será a mais penalizada. O banco alemão afirmou que a maioria dos cortes irá atingir empregos de back office, por oposição ao atendimento directo ao cliente. Não foram ainda conhecidas as localizações específicas dos cortes, mas o banco tem empresas relevantes de back office na Alemanha, Estados Unidos (Florida), Filipinas e Índia. Londres será também afectada, em parte devido ao “Brexit”. Os despedimentos no país de origem do banco incluem funcionários que a gestão defende que se tornaram redundantes após a fusão do Postbank com o retalho do Deutsche Bank, anunciado em 2017.
A decisão de abandonar a negociação no mercado de capitais vai contribuir para as reduções do número de trabalhadores. Recentemente, o Deutsche Bank chegou a acordo com o BNP Paribas para vender ao grupo francês o seu negócio de corretagem, ramo onde se inclui a gestão dos fundos de risco. A transferência dos activos deverá ficar concluída no final de 2021 e poderá implicar a passagem de entre 800 a mil funcionários do banco alemão para a instituição francesa.