“Eu era sinistro”
Um tipo discreto, de graça juvenil e com desejo de normalidade — foi assim Jean-Louis Trintignant, “sinistro”. Em vez da nouvelle vague teve a história do cinema italiano, do fascismo ao terrorismo. Teve um prémio de interpretação em Cannes. E um filme que fez o mundo trautear Da ba da ba da, ba da ba da ba. A homenagem da Festa do Cinema Francês na Cinemateca talvez seja excessivamente discreta.
É uma homenagem muito discreta, a que a Festa do Cinema Francês presta ao actor Jean-Louis Trintignant: Amor, de Michael Haneke, Les Plus Belles Années d’une Vie, de Claude Lelouch, Uma Noite em Casa de Maud, de Eric Rohmer, Três Cores: Vernelho, de Krzysztof Kieslowski, Finalmente Domingo!, de François Truffaut. São cinco filmes para 64 anos de carreira, 88 anos de vida, sessões na Cinemateca, em Lisboa, a partir de segunda-feira. Certamente Trintignant,“un héros très discret”, como no filme de 1996 de Jacques Audiard, dirá: “Convém-me!” Até porque foi a discrição, o desejo de normalidade das personagens, que ele habitou. De forma inquietante, algumas vezes de forma violenta.
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