O gatinho de bigodes
Os emojis chegaram à campanha pelo protagonista mais improvável: aos resultados de mais uma sondagem diária, Rui Rio reagiu no Twitter com um gato (sabe-se lá porquê). “A comunicação política precisa de ser simplificada”, deve-se ter ouvido nos corredores da São Caetano à Lapa – e bem. Que Rio tenha percebido “infantilizada” é que já é estranho.
Seguir o “modelo Trump” na utilização desta rede social até pode ser uma vantagem pela proximidade e simplicidade do discurso por ali usado. Mas as dúvidas surgem vindas dos mais cépticos, que teimam em pensar que se trata de uma conta paródia. Sim, é mesmo Rio que está agarrado à rede dos 280 caracteres. Para tirar as dúvidas, basta ver a quantidade de favoritos ("gostos") que dá a tweets da conta oficial do Boavista Futebol Clube: ainda há verdadeiras panteras negras!
Curioso é o facto de o líder do PSD usar esta estratégia numa rede de nicho bipolarizada entre fervorosos devoradores de livros de Fernando Pessoa - os liberais da Iniciativa Liberal - e esperançosos crentes do Livre, de Joacine Katar Moreira. No meio disso são “apanhados na rede” jornalistas e uma catrefada de adolescentes prontos a descarregar angústias da idade das borbulhas. Talvez seja mesmo para os mais novos o emoji do gatinho, só é pena que estes não tenham idade para votar (ainda). Nisto da política, o melhor é segurar o eleitorado desde muito cedo.