Política para Todos: não sabes em quem votar? Esta plataforma ajuda-te a decidir
A plataforma Política para Todos surgiu no âmbito da sensibilização ao voto e vai ajudar-te a fazê-lo com conhecimento — e baseado nos teus valores. Para já, está focada nas eleições de Outubro.
Antes das eleições europeias de Maio, Nuno Carneiro juntou-se com um amigo para criar a página europeias2019.com – concebida com a finalidade de expor, de forma clara, todas as candidaturas relativamente àquelas eleições. Mas Nuno sentia que a dúvida – que provavelmente iria levar à abstenção – continuava, principalmente por parte dos jovens. Agora, para as eleições legislativas de 6 de Outubro, pensou: “Será que é a falta de conhecimento sobre os partidos e os candidatos que faz com que as pessoas não votem?”
“Em Portugal, não há um site que tenha a informação organizada de todos os partidos políticos”, aponta Nuno, em entrevista ao P3. Essa foi uma das razões para a criação do projecto, a par do nível de abstenção e do afastamento, por parte da camada jovem, à área da política. Foi nesse sentido que decidiu juntar mais pessoas e criar algo “mais composto” para, assim, “aumentar a participação informada nas eleições legislativas de 6 de Outubro”.
O grupo – que começou com cinco pessoas e, entretanto, conta já com cerca de 15, entre trabalhadores e estudantes de diversas áreas e provenientes de localidades de norte a sul do país – está a criar uma página que irá conter toda a informação relevante de cada partido candidato.
“Participação” e “transparência”: é deste modo que o coordenador do projecto caracteriza o Política para Todos, que tem como missão “promover a participação activa dos cidadãos nos processos eleitorais em Portugal”.
Então, mãos à obra: Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e Medium. Tudo foi criado para que não haja desculpas na hora de escolher em quem votar. Para estar a par de todos os desenvolvimentos, toda a comunicação interna pode ser consultada através da plataforma Loomio.
Às terças e quintas-feiras, das 9h às 11horas, realizam-se as videochamadas – chamadas abertas a todos e gratuitas em que ocorre uma partilha de ideias relativamente ao tema. Essas chamadas são gravadas e partilhadas depois no YouTube para poderem ser consultadas mais tarde. Se tens dúvidas ou ideias para partilhar, é só juntares-te a eles.
No que à preocupação sobre o pouco conhecimento e afastamento da camada jovem à política diz respeito, já outros projectos foram concebidos. Nuno Moniz, Arian Pasquali e Tomás Amaro criaram o “Tinder da política” — uma aplicação gratuita intitulada meuParlamento.pt – com o objectivo de ajudar os utilizadores a saber qual o partido com que mais se identificam, respondendo a 10 perguntas. Bernardo Gonçalves também criou uma aplicação, a myPolis, que apresenta como finalidade dar voz aos jovens, aqui convidados a apresentar propostas que o gestor da plataforma fará chegar aos respectivos representantes.
Tendo em conta os valores da abstenção nas europeias de 2014 — que, em Portugal, atingiu os 66,2% na totalidade e os 19% entre os jovens dos 18 aos 24 anos —, também o Parlamento Europeu criou uma plataforma, a Desta vez eu voto, que recruta jovens dispostos a voluntariar-se para organizar palestras de divulgação de informação sobre a União Europeia. E João Pedro Costa — um dos participantes na mesa redonda do P3 sobre Causas do Futuro — organizou um debate na sua escola para sensibilizar os colegas acerca da importância do voto.