Procurador de Manhattan exige declaração de impostos dos últimos oito anos de Trump
Justiça de Nova Iorque intimou a empresa que trata da contabilidade do Presidente dos EUA a entregar documentos. Ordem está relacionada com investigação aos pagamentos à actriz porno Stormy Daniels, para a silenciar, e tem a Trump Organization debaixo de olho.
A procuradoria de Manhattan (Nova Iorque) intimou a empresa de contabilidade Mazars USA, que gere a actividade fiscal de Donald Trump, a entregar as declarações de impostos pessoais e empresariais do Presidente dos Estados Unidos, relativas aos últimos oito anos. É o mais recente capítulo da saga sobre a informação fiscal relacionada com a actividade do magnata do imobiliário, que em 2016 prometeu revelar a sua declaração, mas que ainda não o fez.
Emitida no início de Agosto, a ordem judicial foi noticiada na segunda-feira pelos media norte-americanos e faz parte de uma investigação ao envolvimento de Trump e da sua equipa empresarial e jurídica nas despesas levadas a cabo na corrida à Casa Branca para calar vozes incómodas à campanha.
O procurador Cyrus Vance está a investigar os pagamentos feitos pelo ex-advogado de Trump, Michael Cohen, à actriz de filmes pornográficos Stormy Daniels, para a silenciar. Daniels garante ter mantido relações sexuais com Presidente – que o nega – e Vance quer saber se o reembolso de 130 mil dólares (cerca de 118 mil euros) a Cohen viola a legislação do estado de Nova Iorque.
Cohen foi condenado, em Julho, a três anos de prisão, na sequência de uma investigação federal relacionada com o caso, tendo-se declarado culpado dos crimes de que estava acusado – fraude bancária, fuga aos impostos e violação das leis federais de campanha – e admitido ter sido mandato “por um candidato” a “orientar o pagamento do silêncio de duas mulheres” com “o principal objectivo de influenciar as eleições”.
Mas a intimação decretada pela procuradoria distrital de Manhattan, escreve o New York Times, tem a Trump Organization e o seu corpo executivo na mira. Se for confirmado que o reembolso a Cohen foi registado como despesa legal da empresa, os envolvidos podem ser julgados por falsificação de registos empresariais – um crime estatal.
Em comunicado, a Mazars USA garantiu que vai “cumprir integralmente as suas obrigações legais” e colaborar com a Justiça.