Liga lamenta esquecimento dos antigos combatentes nas legislativas
Presidente da República já chamou a atenção para a necessidade de que o Governo publique o Estatuto dos Antigos Combatentes.
Ninguém fala sobre os problemas dos antigos combatentes na pré-campanha para as próximas legislativas. O lamento e a constatação são de Joaquim Chito Rodrigues, tenente-general que preside à direcção da Liga dos Combatentes (LC), que considera urgente avançar com o novo Estatuto do Combatente, documento que chegou a ter uma versão inicial nesta legislatura, mas acabou por ser novamente adiado.
Chito Rodrigues manifestou, neste domingo, o descontentamento da Liga, no decorrer das cerimónias comemorativas dos 90 anos do núcleo regional de Vila Franca de Xira da LC. “Queremos um estatuto que dignifique o combatente e que reconheça aos antigos combatentes o direito a apoios económicos e sociais. Mas não vejo nenhum partido a referir-se aos combatentes nesta campanha para as eleições legislativas. Espero que até ao fim da campanha alguém descubra e exija aquilo a que milhares e milhares de cidadãos combatentes têm direito”, sustentou o dirigente da Liga, lamentando a forma como o processo de aprovação do Estatuto do Combatente foi tratado na legislatura que agora termina.
“Continuamos a lutar por um Estatuto do Combatente. Tivemos, na Assembleia da República, uma proposta apresentada pelo Governo que era um estatuto vazio, completamente vazio. Na recolha de opiniões junto dos combatentes, foi reconhecido por todos os partidos que era necessário incluir medidas nesse estatuto. Quando na Assembleia da República chegaram a algumas medidas, nem todas as que a Liga propunha, o Governo entendeu retirar a proposta e apontar o estatuto para mais tarde”, criticou Chito Rodrigues, lembrando que o próprio Presidente da República tem afirmado a necessidade de que o Governo publique o Estatuto dos Antigos Combatentes.
O presidente da instituição de apoio aos ex-combatentes criada em 1921 realçou ainda o desenvolvimento verificado nas últimas décadas ao nível do trabalho feito pela Liga dos Combatentes, que, neste momento, já tem dois lares para a terceira-idade e dez centros de apoio na saúde espalhados pelo país. “Não se pode esquecer aqueles que lutaram pela pátria e nós continuamos a lutar para que aqueles que mais precisam e a quem a vida não sorriu tenham um estatuto diferente daquele que têm tido”, rematou Chito Rodrigues.