Eleitores do PS e do Bloco são os mais favoráveis à regionalização

Lisboetas rejeitam ideia de dividir o país em regiões com maior autonomia administrativa. Algarve e Norte são mais favoráveis.

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Mais de 50% dos portugueses querem regiões administrativas
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Lisboetas são os mais resistentes à regionalização

Se o referendo à regionalização se realizasse hoje, o sim venceria por uma margem de 12 pontos: 51 contra 39%. Há ainda dez por cento de indecisos. Só em Lisboa é que a rejeição da ideia das regiões administrativas é mais elevada do que a aceitação (40% dos lisboetas votariam sim e 48% não). No Norte, Centro e Algarve, o sim venceria com 50% ou mais (54, 50 e 55, respectivamente). Os dados são apresentados este sábado nas páginas do Jornal de Notícias, que dá conta de uma sondagem feita pela Pitagórica.

Há 21 anos, o referendo que questionava os portugueses sobre se concordavam “com a instituição em concreto das regiões administrativas” chumbou a regionalização com 60,67% de respostas negativas e 34,96% de reacções positivas. Em número de votos, o “não” venceu por mais de um milhão. A abstenção superou os 50%: 4,4 milhões de eleitores não votaram.

Agora, são os eleitores do PS e do Bloco de Esquerda que se mostram mais entusiastas da ideia. Só nesses dois partidos é que a taxa de aprovação supera os 50%, atingindo os 57% no caso dos bloquistas. À direita (o estudo não separa os eleitores do PSD dos do CDS), o “sim” também venceria, mas com menos expressão. Já os inquiridos que se dizem comunistas mostram-se contra a ideia de dividir o país em regiões.

Uma das questões colocadas pela Pitagórica tem a ver com os custos da regionalização - argumento usado por Assunção Cristas esta semana, durante o debate com Rui Rio. “A regionalização só trará custos para o país, não trará nada de bom para a população?”, quis saber a empresa de sondagens. A maioria dos inquiridos (60%) rejeitou este pressuposto. E, acrescenta o JN, “os nortenhos e os algarvios são os que mais discordam de uma visão catastrofista”.

Sobre a necessidade de um novo referendo, os inquiridos defendem que sim, a haver regionalização, ela deverá ser decidida após consulta dos portugueses (56%). Já 35% dos inquiridos ficariam contentes com apenas uma decisão do Parlamento.

Recentemente, um inquérito realizado pelo ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa concluiu que também os autarcas portugueses estavam de acordo com a regionalização. Quase oito em cada dez assumiam que a regionalização devia avançar com órgãos próprios eleitos directamente pelos eleitores. No estudo, que teve a coordenação de Raul Lopes, foi feito no âmbito do Fórum Políticas Públicas, e revelava que 77% dos autarcas inqueridos desejavam a criação de regiões “a curto prazo” e que 51% também queriam que as áreas metropolitanas tivessem órgãos próprios eleitos directamente.

O estudo da Pitagórica foi realizado para o JN entre os dias 12 e 24 de Agosto e implicou 1525 entrevistas telefónicas o que corresponde a uma margem de erro máxima de +/-2,56% para um nível de confiança de 95,5%. A taxa de resposta foi de 72,86%.

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