Pedir a reapreciação de nota dos exames compensa

Tendência dos últimos anos mantém-se. Na 2.ª fase de exames nacionais do secundário de 2019, 65% dos pedidos de reapreciação de nota resultaram em subida da classificação. Na 1.ª fase essa percentagem tinha sido de 78%.

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Matemática A e Português são as provas com mais pedidos de reapreciação de nota Paulo Pimenta

O cenário da reapreciação das notas dos exames nacionais do ensino secundário não tem mudado muito, quando se compara com os anos anteriores: a percentagem dos alunos que a pede é baixa, mas quem o faz é, na grande maioria, compensado. E na 2.ª fase, quando o número de reapreciações é muito menor, a tendência é para que a percentagem das notas que sobem seja inferior à da 1.ª fase. Este ano, segundo os dados do Ministério da Educação, foi exactamente isso que aconteceu. Depois de terem subido as notas de 78% dos pedidos de reapreciação na 1.ª fase, essa percentagem baixou para os 65% na 2.ª.

Pelo menos desde 2015 que a tendência não se altera. A reapreciação das notas dos exames da 1.ª fase resultam numa subida da classificação em mais de 70% dos casos, enquanto na 2.ª fase a melhoria é conseguida em menos de 70% dos casos. No ano passado, a reapreciação de 1595 provas na 2.ª fase dos exames nacionais do Secundário tinha resultado numa subida de notas em 69% dos casos. Este ano, a reapreciação de 1216 exames fez com que 65% deles subissem.

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Em números absolutos, a prova com mais pedidos de reapreciação na 2.ª fase foi Matemática A. Dos 252 pedidos de reapreciação, 183 (73%) resultaram numa melhoria de nota, havendo 37 (15%) em que os resultados se mantiveram e 31 (12%) em que desceram. No caso de Português, na 2.ª fase, dos 225 pedidos feitos, 130 (58%) compensaram, havendo uma subida de nota, mas 43 (19%) exames tiveram resultados mais baixos após a reanálise e 52 (23%) não sofreram qualquer alteração.

No total das duas fases foram realizados 386.429 exames e os pedidos de reapreciação cingiram-se a 5095 deles. Com 1555 pedidos de reapreciação, Português foi a disciplina em que os alunos mais quiseram ter direito a uma segunda opinião. Em 1169 dos casos a reapreciação foi benéfica para os alunos, que viram as notas do exame subirem.

Para o Ministério da Educação, o facto de a percentagem de pedidos de reapreciação ser tão baixa “revela a qualidade no processo de classificação”, esclarece fonte deste organismo em resposta enviada ao PÚBLICO. A elevada percentagem de subidas tem, para o ME, uma justificação: “Atentas as regras existentes (possibilidade de manter, descer ou subir classificações), em regra, apresentam pedidos de reapreciação os alunos que, depois de uma detalhada análise da prova pelo seu professor ou por outros especialistas, considerem ter hipótese de ver subida a sua classificação.”

Logo a seguir a Português – e como também é habitual –, a disciplina com mais reapreciações em ambas as fases foi Matemática A, com 863 pedidos. Destes, 690 resultaram em subida de nota, mas houve 75 alunos que viram a nota descer, depois de o exame ser revisto pelos especialistas do Júri Nacional de Exames.

Já na disciplina de Biologia e Geologia (a 3.ª com mais pedidos de reapreciação, 661) registaram-se 477 subidas de notas, 146 manutenções e 38 descidas. A Francês, em que só houve um pedido de reapreciação, a subida da nota de um aluno equivale a 100%. Todas as provas de Matemática B reapreciadas (22 em 2533) ficaram com notas mais elevadas.

Os alunos pagam 25 euros pelo pedido de reapreciação de nota, mas este valor é-lhes devolvido se o resultado for uma subida da classificação.

Já em relação às provas finais do ensino básico, foram pedidas 12 reapreciações na 2.ª fase, 12 a Português e apenas uma a Matemática. Esta prova viu a nota subir, mas no caso da disciplina de Português registaram-se sete subidas (64%) e quatro manutenções de nota (36%). No total foram realizadas 4721 provas nesta 2.ª fase, pelo que a percentagem de reapreciações foi de apenas 0,3%.

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