Râguebi
Quando a paixão pelo râguebi ultrapassa a barreira da idade, morrer no campo não é um problema
As dezenas de jogadores do clube Fuwaku de Tóquio que correm, passam, atacam, fazem placagens e tentam de tudo para agarrar a bola de rêguebi enquanto fogem dos seus adversários são em tudo iguais a outros tantos que praticam o mesmo desporto pelo país fora, menos numa coisa: a sua idade.
O Fuwaku, fundado em 1948, é um dos cerca de 150 clubes japoneses que organizam jogos de competição (e de contacto completo) exclusivamente para jogadores com mais de 40 anos. Para já, o jogador mais velho é o alegre Ryuichi Nagayama, de 86 anos — e não é a idade que o vai impedir de praticar um desporto que para ele é "tudo".
Numa nação onde a preocupação com a solidão dos idosos é um problema a combater, o râguebi não só mantém os jogadores fisicamente activos, como também lhes favorece a vida social.
O Japão está no top 10 mundial no que toca ao número de jogadores de râguebi: os últimos dados apontam para que existam pelo menos 120 mil espalhados pelo país, sendo que dez mil serão jogadores veteranos. Não será por isso de estranhar que o râguebi seja, no próximo ano, uma das provas mais concorridas dos Jogos Olímpicos, que se realizam em Tóquio — e para os quais a selecção portuguesa não foi qualificada.