“Fui habituado a gerir os medos, que sempre foram momentos de ruptura, de empurrão”

Promove esta quinta-feira A Herdade no Festival de Veneza. E tem duas peças de teatro a estrear: A Morte de Danton, encenada por Nuno Cardoso, e O Amante, de Harold Pinter, que ele próprio encena. “Tento encontrar o meu descanso nesse trabalho. Por outro lado, acredito que esta exposição excessiva me coloque numa zona de trabalho francamente boa. Na exposição está-se desprotegido. Dá medo, mas é bom.”

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O encontro aconteceu na Sociedade Hípica Portuguesa, no Campo Grande, em Lisboa, o espaço onde o actor esteve a gerir o seu medo para poder seguir em frente. Foi ali que aprendeu a lidar com a imprevisibilidade dos cavalos, com a fragilidade e com a força que irrompe sem aviso nos bichos, antes de interpretar João Fernandes, proprietário de uma herdade a sul do Tejo nos anos antes e depois da Revolução portuguesa. É a personagem central de A Herdade, o filme de Tiago Guedes que compete esta quinta-feira no Festival de Veneza. Há uma suavidade em Albano, mas isso é uma introdução a uma evidente capacidade territorial de afirmar o corpo num cenário: aqui como no júbilo e loucura de Sara, a minissérie de Marco Martins, ou no confronto com os fantasmas de Um Elétrico Chamado Desejo, de Tennessee Williams, o maior dos quais sendo o Stanley Kowalski de Marlon Brando.

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