Greta chegou à América: “A nossa guerra contra a natureza tem de terminar”

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Foram 14 dias num veleiro que partiu de Plymouth, no Reino Unido, em direcção a Nova Iorque. Gretha Thunberg, que aos 16 anos disse que nunca mais apanhava um avião, atravessou o Atlântico no Malizia II, um veleiro que não emite gases de efeito de estufa, alimentado por energia eléctrica gerada por fontes renováveis, para participar numa cimeira das Nações Unidas, a 23 de Setembro. Chegou ao destino, finalmente, esta quarta-feira. Daqui a dois dias, já prometeu, fará o que tem vindo a fazer há um ano: greve pelo clima, desta vez em frente ao edifício das Nações Unidas, em Nova Iorque. Depois da cimeira vai continuar viagem, por terra, pelo Canadá,  México e, por fim, Chile, onde está previsto participar noutra conferência sobre a emergência climática. 

"A nossa guerra contra a natureza tem de terminar", disse Thunberg, ao chegar a terra, lembrando os fogos na Amazónia que classificou como "uma situação desastrosa". Questionada sobre o que diria a Donald Trump, uma pergunta recorrente, respondeu que o presidente dos Estados Unidos da América deveria "ouvir a ciência". "Como digo sempre que me fazem essa pergunta, se ninguém foi capaz de o convencer da urgência da crise climática, como poderia eu conseguir?”

Era esperado que a viagem ao longo de 4800 quilómetros (três mil milhas) demorasse menos tempo, mas as condições não eram as ideiais. Com ela foram o pai, um operador cinematográfico, Nathan Grossman, e dois velejadores experientes, o capitão Boris Herrmann e Pierre Casiraghi, neto do príncipe Rainier III do Mónaco. No cais de Manhattan, cerca de duas centenas de pessoas aguardavam a chegada da jovem que foi recebida com aplausos e mensagens de apoio

Segundo a Euronews, será agora necessário que dois membros da tripulação do Malizia II voem até aos EUA para trazer a embarcação de volta. “Somos uma equipa de competição e temos de utilizar este tempo para treinar, como teríamos feito se não tivéssemos feito esta viagem”, disse o porta-voz Holly Cova. Em causa está a regata The Ocean Race, que se realiza de três em três anos. “Decidimos viajar para a cidade de Nova Iorque com muito pouco tempo de antecedência, assim duas pessoas têm de voar para os EUA para trazer o barco. Só temos um, por isso eles não podem facilmente navegar e encontrar-se com os outros tripulantes.” A solução, reconhece, “não é perfeita”, mas o responsável sublinha que a pegada de carbono para esta operação logística foi compensada. “Compensamos completamente a nossa pegada em 2018 e vamos fazê-lo em 2019 e mais além", garantiu.

Mike Segar/Reuters
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