A designer Isabel Toledo morreu com cancro da mama aos 59 anos, avançou o marido e sócio Ruben Toledo, por e-mail nesta segunda-feira. Embora não se considerasse uma “pessoa da moda”, a cubano-americana ganhou visibilidade quando criou para a ex-primeira-dama, Michelle Obama, o conjunto que aquela vestiu no dia da tomada de posse do marido, Barack Obama, a 20 de Janeiro de 2009.
Oriunda de Cuba, a criadora chegou a Nova Iorque ainda na adolescência, altura em que conheceu o marido, na escola secundária. Ruben Toledo é pintor e ilustrador. O casal ganhou o prémio nacional de design Cooper-Hewitt em 2005. Entre 2006 e 2007 foi directora criativa da Anne Klein, e chegou a lançar um perfume com o seu nome. Isabel Toledo prescindiu sempre as passarelles em detrimento de exposições em museus, assim como de colaborações com outras marcas.
Em 2012, publicou uma autobiografia intitulada Roots of Style, ilustrada por Ruben Toledo, e que conta a vida do casal. Além de Michelle Obama, também as actrizes Demi Moore, Debi Mazar e Debra Messing estão entre as celebridades que usaram criações dos Toledo, tanto na tela como nas passadeiras vermelhas. Mas foi o vestido de Obama que deu destaque ao casal. Coube a Ruben Toledo fazer o esboço dos desenhos da mulher, incluindo o vestido e o casaco inspirados nos anos 1960 que Michelle usou na tomada de posse, diz a BBC.
Então, a questão que se punha era: de que cor é o vestido? Amarelo? Verde? A designer explicou que era “erva-príncipe”, uma erva que cresce nas regiões tropicais e que cheira a limão, muito usada na cozinha tailandesa, por exemplo. “Eu digo que é erva-príncipe porque não é amarelo nem verde”, declarou na altura à Associated Press. “A ideia de que o casaco e o vestido são de ouro para alguns, amarelo pálido para os outros (...) Isso dá ao utilizador e ao espectador muito mais do que uma experiência única”, disse ainda, acrescentado que “é uma cor muito feliz, cheia de sol”.
Para Toledo não só foi importante ter desenhado o conjunto, mas também a eleição de Obama, que apelidou como um momento histórico. “Não há nada que se aproxime a este momento.”