Duas janelas em Paredes de Coura viradas para os universos paralelos do festival

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Em Paredes de Coura, durante o festival que transforma esta vila do Alto Minho numa espécie de mini-metrópole – cerca de 100 mil pessoas passam por lá durante os quatro dias – são vários os universos que se cruzam. Há os que lá vão pela música, os que se deixam levar apenas pelo ambiente que lá se vive e os que combinam os dois motivos em perfeita harmonia.

E depois há universos paralelos. Antes de as bandas entrarem em palco, entre a agitação do campismo e a calma das zonas mais distantes do recinto, há momentos que parecem estar a acontecer em dois pontos ao mesmo tempo, mas vividos por pessoas diferentes, em situações semelhantes – imaginemos duas janelas em locais diferentes com a mesma acção a decorrer.

Há os que optam por viver no primeiro universo e os que escolhem a segunda alternativa. Certo é que em qualquer uma das opções, mais do que um espelho de rotinas que se repetem, há mais um ponto em comum. Alinhados pelas estrelas que tocam nos dois palcos do recinto, onde nesta edição passaram Patti Smith, Suede, Father John Misty, Parcels, The National ou black midi, partilha-se o mesmo espírito: aproveitar Paredes de Coura como se fosse último. Invariavelmente, acaba-se sempre por lá voltar. 

André Borges Vieira