Em Lisboa o dia foi “perfeitamente normal”

Ao final da tarde não havia falta de combustível nos postos visitados pelo PÚBLICO em Lisboa. Ao longo do dia não houve filas, nem nenhum tipo de confusão.

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Luís Cação, taxista há 35 anos, diz que Lisboa viveu um dia normal Nuno Ferreira Santos
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Não houve falta de combustível nem filas Nuno Ferreira Santos

Luís Cação tem 64 anos. Os últimos 35 passou-os ao volante de um táxi. “Pelo menos 12 horas por dia”, porque, como assalariado a ganhar à comissão, só assim leva “algum para casa”. A greve dos motoristas de pesados em nada o afectou. “Em Lisboa foi um dia perfeitamente normal. Não houve confusão nenhuma”, assegura.

Ao início da tarde de ontem dirigentes da ANTRAL (Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros), revelaram que alguns dos seus associados estavam a ter problemas em abastecer nos postos de abastecimento REPA destinados aos veículos prioritários, com casos de impedimentos a acontecer em todo o país, segundo fonte da associação.

“Há quem nos peça os dísticos de identificação do táxi, que pela sua natureza já está bem identificado”, alertou José Domingos, lembrando que nenhuma entidade tinha feito menção da necessidade de os táxis solicitarem quaisquer dísticos para os abastecimentos.

Luís Cação diz não ter conhecimento de nenhum táxi que tivesse problemas em abastecer. “Ainda há pouco fui a bomba de Oeiras e o rapaz da gasolineira disse-me logo ‘como táxi tem prioridade e pode abastecer se quiser’. Meti 35 euros, não precisava de mais e vi-me embora. Foi entrar e sair sem confusão nenhuma. Estou-lhe a dizer isto está tudo normal”, conta o taxista.

17h54. Na bomba da Galp da Av. Duarte Pacheco, no sentido Lisboa-Cascais, que integra a rede REPA, não falta nenhum tipo de combustível. As seis bombas disponíveis estão a funcionar, mas a esta hora apenas quatro estão a ser utilizadas.

“Não houve confusão nenhuma. Foi um dia normal, nunca faltou o combustível, não houve filas anormais, os taxistas e outros veículos prioritários abasteceram sem problemas. Foi um dia absolutamente normal”, diz ao PÚBLICO uma das funcionárias do posto.

Luís Cação tem uma teoria para esta normalidade: “Falou-se disto muitos dias antes de a greve começar, a malta foi abastecendo e hoje todos têm o depósito carregadinho.”

Mas “há sempre gente parva”, diz o taxista lisboeta. “Ainda há pouco ouvi na rádio que um tipo foi a uma bomba, pediu para abastecer e só meteu um litro e meio porque já estava atestado”, conta. “Olhe, uma parte da malta vai atestar e depois vai estacionar o carro porque não precisa dele”, acrescenta.

18h31. No posto de abastecimento da Repsol no final da Av. de Ceuta, sentido Norte-Sul, também há todo o tipo de combustíveis. Não há qualquer tipo de confusão. A esta hora são mais as bombas vazias que as a serem utilizadas. “Não lhe disse. Está tudo calmo”, acentua Luís Cação.

O taxista diz nem ter notado mudanças no comportamento dos condutores para pouparem combustível. “Andou tudo na mesma. Qual mais devagar qual carapuça. Isto é á portuguesa. Enquanto houver gasolina a malta anda, quando faltar vão à procura ou arrumas o carro e siga”, conclui o conversador taxista.

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