Dezoito portugueses nos semifinalistas do Prémio Oceanos
Da lista de 54 obras divulgada esta noite em São Paulo só uma dezena irá chegar à final deste prémio, cujo vencedor receberá cerca de 27 mil euros.
A extensa lista de semifinalistas do prémio de literatura em língua portuguesa Itaú Cultural e Oceanos, anunciada esta noite no Consulado Geral de Portugal em São Paulo, inclui 18 obras de autores portugueses, num total de 54 títulos, cuja selecção coube a um corpo de 72 jurados.
Ao contrário da generalidade dos prémios de literatura, que se destinam apenas a um género literário ou criam categorias distintas para cada um deles, no prémio Oceanos as obras de ficção narrativa (romance ou conto), poesia, teatro e crónica competem a par. Entre os candidatos portugueses que atingiram esta deveras long list de semifinalistas, contam-se romances de Dulce Maria Cardoso, Djaimilia Pereira de Almeida ou Afonso Cruz, mas também, por exemplo, livros de poemas de Maria Teresa Horta, Alice Vieira ou Francisco José Viegas, um livro de contos de Cristina Norton e crónicas de Bruno Vieira do Amaral.
O regulamento da edição deste ano prevê que sejam atribuídos, além do prémio principal, no valor de 120 mil reais (cerca de 27 mil euros), um segundo e um terceiro prémios, respectivamente de 80 mil reais (18 mil euros) e 50 mil reais (cerca de 11.200 euros).
Os mesmos jurados que escolheram estas 54 obras votaram também a composição do júri de nove elementos ao qual caberá agora decidir, até Novembro, quais destes títulos integrarão a lista de dez finalistas. O poeta Daniel Jonas, o ensaísta Manuel Frias Martins e a jornalista Ana Sousa Dias são os três representantes portugueses neste júri mais restrito.
Competindo com autores brasileiros de várias gerações, do veterano Rubem Fonseca a Cristovão Tezza ou do contista Gustavo Pacheco a Luísa Geisler – que se estreou aos 19 anos, em 2010, com o premiado livro de estreia Contos de Mentira –, mas também com os angolanos Pepetela e José Eduardo Agualusa, o contingente de escritores portugueses que ainda estão na corrida inclui os romancistas João Reis (A Devastação do Silêncio), Joana Bértholo (Ecologia), Dulce Maria Cardoso (Eliete), João Tordo (Ensina-me a Voar sobre os Telhados), Djaimilia Pereira de Almeida (Luanda Lisboa Paraíso), José Gardeazabal (Meio Homem Metade Baleia), Nuno Camarneiro (O Fogo Será a Tua Casa), Afonso Reis Cabral (Pão de Açúcar) e Afonso Cruz (Princípio de Karenina). A lista inclui ainda os já referidos Bruno Vieira do Amaral, com o volume de crónicas Manobras de Guerrilha, e Cristina Norton, com o livro de contos A Vida É Um Tango e Outras Histórias, e sete poetas: Rui Xerez de Sousa (Ao Ouvido do Diabo), Victor Oliveira Mateus (Aquilo que Não Tem Nome), Maria Teresa Horta (Estranhezas), Francisco José Viegas (Juncos à Beira do Caminho), Alice Vieira (Olha-me Como Quem Chove), Rosa Alice Branco (Traçar Um Nome no Coração do Branco) e Luís Carmelo (Tratado).
Na edição de 2018 – cujos prémios, anunciados em Dezembro, chegaram ao quarto classificado – vencera a poetisa brasileira Marília Garcia, com Câmera Lenta, e Bruno Vieira do Amaral, que este ano concorre como cronista, obteve o segundo prémio com o romance Hoje Estarás Comigo no Paraíso. O poeta Luís Quintais ficou em terceiro, com A Noite Imóvel, e o quarto prémio foi também atribuído a um livro de poesia: O Deus Restante, do moçambicano Luís Carlos Patraquim.
A esta edição de 2019 concorreram quase 1500 obras de múltiplos géneros, candidatadas por 314 editoras de dez países. A lista integral está disponível no site do prémio e permite perceber que, entre os títulos portugueses, ficaram pelo caminho romances de Lídia Jorge, Mário Cláudio, Hélia Correia, Luísa Costa Gomes ou Rui Nunes, para citar apenas alguns, e que entre os livros de poesia também não conseguiram chegar à semifinal livros de, entre outros, João Miguel Fernandes Jorge, Paulo da Costa Domingos, José Alberto Oliveira, Adília Lopes, Luís Quintais ou João Luís Barreto Guimarães.