A Internet — e, mais recentemente, as aplicações de encontros — tem ganho cada vez mais importância na vida amorosa das pessoas. De acordo com um estudo conduzido por investigadores da Universidade de Standford (How Couples Meet and Stay Together study), nos Estados Unidos, 39% dos casais heterossexuais conheceram-se através de sites ou aplicações ligadas à Internet. Os inquéritos foram conduzidos em 2017, com uma amostragem de 4002 adultos.
Um outro estudo com os mesmos moldes, publicado antes em 2009, mostrava resultados bem diferentes: apenas 22% afirmavam então ter-se conhecido online. Até 2013, a forma mais popular de conhecer um parceiro era através de amigos, sendo que hoje essa maneira representa apenas 20% das respostas. No caso dos casais do mesmo sexo, foi mais rápido recorrer à Internet, sendo que em 2017, 65% tinha-se conhecido online.
“De certa forma, a expansão dos encontros online deslocou todas as outras formas de as pessoas se conhecerem”, afirma Michael Rosenfeld, investigador principal do estudo, ao Guardian, mostrando-se “um pouco surpreendido” pelo impacto da Internet.
Questionado sobre se este número poderá continuar a aumentar a este ritmo, afirma que, não querendo fazer previsões, “é possível que os encontros online tenham atingido um plateau”. A chegada dos smartphones, há uma década, teve um enorme impacto e, afirma o investigador, “não sei se vamos ver outra invenção tão poderosa nos próximos 20 anos”.
O estudo revela ainda o declínio do conceito de childhood sweethearts (parceiros deste a juventude), apontando que os sites e plataformas de encontros online libertaram os jovens adultos das limitações e preconceitos das zonas onde nasceram. “Os teus amigos e a tua mãe conhecem uma dúzia de pessoas. O [site de encontros] Match.com conhece um milhão. Os nossos amigos e mães estavam a servir-nos mal”, atira Rosenfeld, citado pelo The Atlantic.