Líder do PS-Guarda demite-se após chumbo de lista encabeçada por Ana Mendes Godinho

Em causa não está a escolha da número um, que cabe ao secretário-geral do PS, assim como o primeiro terço da lista de deputados de todos os distritos.

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Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho LUSA/ANTÓNIO MIL-HOMENS

O presidente da Federação Socialista da Guarda, Pedro Fonseca, disse esta quarta-feira à agência Lusa que vai demitir-se do cargo pelo facto de a lista de candidatos às eleições legislativas, liderada por Ana Mendes Godinho, ter sido chumbada pela distrital.

A lista proposta pela Federação do PS-Guarda foi chumbada por um voto (obteve 29 votos contra, 28 a favor e um branco) na reunião da Comissão Política Distrital realizada na terça-feira à noite.

A lista rejeitada pela Comissão Política Distrital do PS é liderada pela secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que foi escolhida pelo secretário-geral do PS, António Costa. Em relação a Ana Mendes Godinho, proposta pelo secretário-geral para liderar a lista pelo círculo eleitoral da Guarda, Pedro Fonseca diz que “é uma excelente cabeça de lista”. “Eu concordei com ela para cabeça de lista. É uma pessoa com um trabalho político extraordinário, com qualidades humanas”, disse.

Nos lugares seguintes estão, por ordem, os nomes de Pedro Fonseca (líder distrital dos socialistas e vereador na Câmara Municipal da Guarda), Olga Marques (ex-presidente das Mulheres Socialistas no distrito da Guarda, indicada por Celorico da Beira), Fábio Pinto (por indicação da Juventude Socialista), Telma Mano (Figueira de Castelo Rodrigo) e Jorge Liça (Vila Nova de Foz Côa).

Com a rejeição da lista proposta pela Federação, o dirigente Pedro Fonseca disse à Lusa que vai demitir-se hoje do cargo de líder distrital do PS-Guarda e que renunciará ao mandato de vereador na próxima reunião de Câmara, agendada para segunda-feira.

Pedro Fonseca justifica a decisão por ter “maioria na Comissão Política Distrital” socialista e por esta não o ter acompanhado na proposta apresentada.

“O responsável pela lista que foi proposta sou eu. Até hoje tudo o que apresentei à Comissão Política Distrital foi aprovado. O apoio que eu tinha na Comissão Política Distrital desapareceu hoje e, se isso desaparece, eu desapareço com ele. Não tendo apoio, ninguém precisa de me indicar a porta, eu sei sair”, justificou.

O socialista, que desempenha as funções de presidente da Federação do PS da Guarda desde Março de 2018, disse que a demissão “é irreversível” e que aguarda indicações de Lisboa, da estrutura nacional, para tratar do processo.

O responsável também já comunicou ao presidente da Comissão Política Concelhia local a renúncia ao mandato de vereador na Câmara Municipal da Guarda.

“Não sou um empecilho para o partido, nunca vivi do partido, nunca vivi da politica, nunca tive remuneração nenhuma e vivo de acordo com a ética republicana. Eu não dependo da política, mas dependo dos valores fundamentais da ética republicana”, afirmou.

Pedro Fonseca remete mais explicações para uma conferência de imprensa que realizará na quinta-feira, pelas 18h. Em 2015, a lista socialista na Guarda foi encabeçada por António José Santinho Pacheco, seguido da actual porta-voz do PS, Maria Antónia de Almeida Santos.