“As próximas gerações vão viver menos do que as actuais”

Se tudo continuar como está, e sobretudo por causa da obesidade, a esperança de vida vai diminuir, avisa Henrique Barros, presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto. “Provavelmente, isso vai acontecer já com os nossos filhos”.

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Henrique Barros Manuel Roberto

As formas actuais de comunicar, como o Instagram, vão ter um impacto muito grande na nossa saúde no futuro, nomeadamente “na depressão, na ansiedade”, antevê Henrique Barros, presidente do Conselho Nacional de Saúde e do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP). O instituto, onde os múltiplos estudos longitudinais, ao longo do tempo, de coortes (conjuntos de indivíduos que têm em comum um evento ocorrido na mesma altura) em curso já deram origem à publicação de centenas de artigos científicos e várias teses de doutoramento, completa este domingo 13 anos. O médico e investigador enfatiza que “as condições em que nascemos influenciam fortissimamente o que nos vai acontecer no resto da vida”. Por isso é que no ISPUP se põe “a ênfase na necessidade de garantir um começo saudável de vida”. “Temos um capital de saúde como temos um capital de dinheiro num banco. Quanto maior for a nossa reserva, maior é a nossa capacidade de não atingir os pontos críticos, as linhas vermelhas”, diz. 

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