Operação para detectar e deportar imigrantes ilegais arrancou no sábado em Nova Iorque

Tinha sido anunciado que os agentes da imigração e fronteiras começavam a bater a portas neste domingo. Segundo Bill de Blasio, os agentes não conseguiram deter ninguém em Brooklyn e no Harlem.

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O mayor de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse que a cidade não vai cooperar com os agentes do departamento de imigração Vincent Carchietta/Reuters

A operação do Governo norte-americano para deter e deportar imigrantes ilegais, que deveria começar neste domingo, arrancou no sábado em Nova Iorque, disse o presidente da câmara, Bill de Blasio.

Numa mensagem no Twitter, Blasio confirmou que as operações do serviço de imigração e fronteiras já tinham sido iniciadas na sua cidade, mas que os agentes não conseguiram deter moradores nos bairros de Sunset Park, em Brooklyn e no Harlem.

Defensores dos direitos civis alertaram os imigrantes sobre os seus direitos, dando-lhes instruções para não responderem se os agentes batessem à porta, a menos que mostrem um mandado assinado por um juiz. O autarca, que é democrata, disse que a sua cidade não cooperaria.

O Presidente Donald Trump disse na sexta-feira que a operação a nível nacional para identificar, deter e deportar imigrantes que estão ilegalmente no país arrancaria este domingo, confirmando as informações avançadas pela imprensa norte-americana.

As operações estão previstas em pelo menos dez cidades.

“Eles chegaram de forma ilegal”, disse o chefe de Estado em declarações aos jornalistas nos jardins da Casa Branca, afirmando que a polícia dos serviços de imigração “vai enviar [ilegais] de volta” para os respectivos países.

Segundo Trump, citado pela Associated Press, os agentes estão focados em pessoas com conduta criminosa e naquelas que entraram ilegalmente nos Estados Unidos.

Trump referiu que a operação pretende tornar a situação migratória mais justa para os que esperam há vários anos para serem cidadãos norte-americanos através de um processo legal.

Esta operação tem contornos similares a outras realizadas, de forma regular, desde 2003, muitas delas dando origem a centenas de detenções.

A luta contra a imigração ilegal tem sido uma das prioridades políticas de Donald Trump, que já descreveu como uma ameaça à segurança nacional os milhares de migrantes oriundos da América Central que têm tentado entrar nos Estados Unidos nos últimos meses.

Em Junho, cerca de 104 mil pessoas foram presas ou postas em centros de detenção após terem atravessado ilegalmente a fronteira com o México, menos 40 mil do que em Maio.

Reportagens divulgadas pelos ‘media’ norte-americanos e relatórios de activistas de direitos civis têm denunciado a existência de condições deploráveis nos centros de detenção de migrantes sem documentação nas fronteiras do Sul dos Estados Unidos, em muitos casos envolvendo crianças que são separadas dos pais e deixadas em situação de risco.

Segundo o centro de pesquisa norte-americano Pew, 10,5 milhões de imigrantes viviam ilegalmente nos Estados Unidos em 2017. Quase dois terços vivem no país há mais de uma década.