Já são conhecidos os vencedores do concurso Arquivo.pt, o serviço que permite viajar pela Web portuguesa

A segunda edição do concurso que quer mostrar a importância da preservação da informação na Web portuguesa para memória futura e investigação já tem vencedores. O concurso Arquivo.pt recebeu um total de 23 candidaturas de várias áreas como a comunicação social, educação, design, informática, saúde ou património cultural e histórico.

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Nuno Ferreira Santos

Já são conhecidos os vencedores do prémio Arquivo.pt, o concurso que premeia projectos que mostrem a utilidade e importância de um serviço que permite a qualquer um viajar pela Web portuguesa até 1996.

O primeiro classificado foi o projecto meuparlamento.pt, uma aplicação móvel que simula o Parlamento português. Os utilizadores da app são convidados a desempenhar o papel de deputado e a descobrir o partido com que mais se identificam através da simulação de votações em plenário já arquivadas. O projecto tem a autoria de Nuno Moniz, Arian Pasquali e Tomás Amaro.

Em segundo lugar ficou o revisionista.pt, uma ferramenta online que permite revelar alterações que possam ter sido feitas em notícias, após a sua primeira sua publicação. A autoria deste trabalho é de Flávio Martins e André Mourão.

O trabalho “Discursos públicos sobre violência em privado”, da autoria de Zélia de Macedo Teixeira, foi distinguido com o terceiro lugar. O projecto recolheu e analisou 217 notícias disponíveis do Arquivo.pt, de três principais jornais diários nacionais, sobre o tema da violência doméstica.

Os vencedores receberam prémio na ordem dos dez mil euros (1º lugar), três mil euros (2º lugar) e dois mil euros (3º lugar). O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo primeiro-ministro, António Costa, durante o primeiro dia do Encontro Ciência 2019, no Centro de Congressos de Lisboa, e divulgado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Na sua segunda edição, o concurso Arquivo.pt recebeu um total de 23 candidaturas de várias áreas como a comunicação social, educação, design, informática, saúde ou património cultural e histórico.

A FCT anuncia, através de um comunicado, que já está a preparar a terceira edição, cujo período de candidaturas decorrerá entre Janeiro e Maio de 2020.​ 

Tal como explicava ao PÚBLICO em Janeiro, João Gomes, director da Área de Serviços Avançados da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), uma unidade da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, “o Arquivo.pt é um serviço público que visa preservar a informação da Web portuguesa para consulta futura. Temos páginas preservadas desde 1996 e é possível ir a sites da Web desde essas datas e navegar neles. Não há só uma fotografia do site, pode-se navegar neles como estavam aquando da sua recolha”.

Para que isso aconteça, basta pesquisar no motor do Arquivo.pt para encontrar conteúdo que já só existe neste serviço como a página da Expo-98, a do Euro 2004 e de outros sites que já foram desligados. Oficialmente, o Arquivo.pt iniciou-se em Janeiro de 2008, mas a ideia de um arquivo da Web portuguesa surgiu ainda em 2001 com o projecto científico tumba!, de um grupo de investigação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi em 2007 que o arquivo da Web portuguesa passou a ser desenvolvido na FCCN.

Para mostrar a utilidade do projecto, criou-se em 2018 o Prémio Arquivo.pt, que teve na edição de 2019 o alto patrocínio da Presidência da República. Os trabalhos tinham como critério serem feitos em português e podiam participar pessoas a nível individual ou em grupo de Portugal ou de fora do país.

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