Prostituição: Amesterdão considera fechar o Red Light District

O objectivo é combater o tráfico humano, a fraude e o branqueamento de capitais.

,De Wallen
Fotogaleria
Reuters/Paul Vreeker
Amsterdã
Fotogaleria
Femke Halsema é a primeira presidente feminina do município de Amesterdão Reuters/Yves Herman
De Wallen
Fotogaleria
Reuters/Yves Herman

Amesterdão está a ponderar fechar o famoso bairro Red Light District. Femke Halsema — primeira mulher a ocupar o principal cargo da autarquia da Amesterdão — está preocupada com as condições que as trabalhadoras do sexo enfrentam. À Reuters, Femke Halsema explicou que esta possibilidade “é fruto das circunstancias, porque Amesterdão está a mudar”. Halsema observa que “muitas das mulheres que aí trabalham se sentem humilhadas”.

A antiga líder do Partido Verde que foi eleita presidente do município de Amesterdão no ano passado, disse que a cidade “deve imaginar o Red Light District sem prostituição” — aquele partido tem dez dos 45 lugares no conselho municipal, mas conta com o apoio dos liberais do D66 e dos socialistas.

A autarca quer combater o tráfico de seres humanos e o número de turistas nas ruas estreitas de Singel e De Wallen e esta é uma das medidas a ser consideradas. Femke Halsema disse ao jornal local Het Parool que “estes objectivos não são negociáveis”.

“O tráfico humano está a ganhar lugar na mais bonita e antiga zona da cidade. Ao longo de algumas centenas de anos, surgiram situações que não são aceitáveis”, explicou a autarca. Femke Halsema reitera que “o tráfico humano, a fraude e o branqueamento de capitais têm que ser reduzidos” e quer que o local seja “mais calmo, limpo e habitável do que agora”.

Outras opções que o município está a ponderar são a proibição das janelas dos bordéis, permitindo que o trabalho sexual continue, a recolocação de algumas janelas ou a instalação de torniquetes que possam condicionar os acessos.

“A discussão sobre a prostituição é muito polarizada e moralista. A prostituição é um fenómeno histórico no centro da cidade. O consenso é necessário para tomar medidas, mas a decisão final cabe ao conselho”, avisa Femke Halsema. Se o Red Light District encerrar, o conselho vai considerar estabelecer, noutras zonas da cidade, “hotéis onde trabalhadoras do sexo alugam um quarto, onde os visitantes apenas fazem uso do seu serviço”, adiantou a autarca.

Desde 2014 que Amesterdão tem o único museu no mundo dedicado à história da prostituição. O Red Light Secrets, situado no bairro vermelho, pretende sensibilizar os visitantes para os problemas dos trabalho sexual. 

Sugerir correcção
Ler 11 comentários