Mercadona abre primeira das dez lojas previstas para Portugal em 2019

Maior cadeia espanhola de supermercados abre amanhã a primeira loja em solo português, em Canidelo, Vila Nova de Gaia. Em três anos, grupo investe 260 milhões no país.

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NELSON GARRIDO
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Abre esta terça-feira o primeiro supermercado Mercadona em Portugal, em Canidelo, Vila Nova de Gaia. É a primeira loja em território português do maior grupo de retalho alimentar de Espanha, que aí opera com mais de 1600 lojas. Ainda vai contar com outros três supermercados no Norte do país até ao fim do mês, em Matosinhos, Maia e Gondomar - serão dez até ao final do ano. Outras dez novas aberturas estão previstas para Portugal em 2020.

A expansão da Mercadona para Portugal marca o primeiro projecto de internacionalização da empresa, um facto que o presidente do grupo, Juan Roig, realçou na visita institucional desta segunda-feira: “Para a Mercadona é um orgulho que este marco histórico seja feito em Portugal, um país com o qual temos tantos laços culturais e emocionais.” O grupo emprega neste momento 900 trabalhadores em Portugal, um número que deve ascender 1100 até ao fim do ano.

Nos próximos anos, Juan Roig aponta para 150 lojas em Portugal, e espera continuar a investir e a inovar em conjunto com os produtores portugueses para “contribuir para o avanço da economia" no país. Está também prevista a abertura de um centro logístico nem Lisboa, semelhante ao que já existe na Póvoa de Varzim, foi anunciado.

Na visita realizada esta segunda-feira - que antecipa a abertura ao público um dia depois - marcou presença de última hora o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que no discurso vincou a importância que a chegada da Mercadona tem para a economia portuguesa. A aposta da empresa espanhola é um sinal de “confiança” no país, um sinal de que “o grupo acredita da capacidade dos consumidores em Portugal precisarem de novas ofertas para satisfazerem as suas necessidades”.

O ministro realça o investimento da Mercadona, não só através da abertura das lojas, que permitem “criação de emprego”, mas também a selecção de produtos nacionais, potenciando “a cadeia de valores do sector agro-alimentar” português através do consumo nas novas lojas e das exportações para Espanha. Desde 2016, o grupo espanhol já realizou compras a fornecedores portugueses no valor de 203 milhões de euros, segundo os dados da empresa.

O primeiro anúncio intenção da Mercadona de entrar no mercado português foi dado em 2016 e, desde então, foram investidos mais de 160 milhões de euros, a que ainda se somarão outros 100 milhões previstos para 2019. A maior fatia do investimento vai para a construção dos supermercados, o bloco logístico da Póvoa de Varzim e o desenvolvimento do centro de co-inovação, em Matosinhos, que permitiu adaptar a oferta da retalhista aos interesses de consumo dos portugueses.

No caso da loja de Canidelo, foram gastos cerca de 11, 5 milhões de euros: oito milhões para a construção da superfície de 1800 metros quadrados e o restante para a permuta de terrenos com o Sport Clube de Canidelo e construção do novo complexo desportivo do clube, que a Mercadona financiou no âmbito do primeiro projecto de responsabilidade social da empresa no país, num acordo de colaboração com a Câmara Municipal de Gaia, a Junta da Freguesia de Canidelo e o Sport Club de Canidelo.

Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, aproveitou a palavra para enaltecer a forma como a empresa espanhola abordou a entrada no mercado português, “como parceira e não como investidora”. “Ainda não havia um tijolo da Mercadona construído, e já tinha mudado a vida de Canidelo”, elogiou o autarca, destacando também a valorização do “interesse económico” do concelho e os novos postos de trabalho que as três lojas previstas para Vila Nova de Gaia vão gerar.

No exercício de 2018, a companhia Mercadona encerrou com uma facturação de 24,3 mil milhões de euros (mais 6%) e lucros de 593 milhões de euros (mais 84%). Fechou o ano com 85.800 trabalhadores e 1.636 lojas, até agora, só em Espanha.

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