Duas testemunhas dizem que escritora terá sido atacada por Trump

Trump já negou a acusação, dizendo que o encontro nunca aconteceu. Mais de uma dúzia de mulheres acusaram Trump, de 73 anos, de fazer avanços sexuais indesejados nos anos que antecederam sua entrada na política.

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Reuters/Handout .

Duas mulheres confirmam o relato da jornalista e escritora E. Jean Carroll sobre um alegado ataque sexual que Donald Trump terá cometido há mais de 20 anos, numa notícia publicada na quinta-feira no New York Times.

As testemunhas contaram ao jornal norte-americano que Carroll lhes disse que Trump entrou num gabinete de provas de uma loja dos armazéns Bergdorf Goodman, na 5.ª Avenida, em Nova Iorque, no final de 1995 ou início de 1996, e a penetrou num encontro que durou vários minutos. As mulheres são a autora Lisa Birnbach e a ex-apresentadora de televisão Carol Martin, que trabalhava no mesmo canal que E. Jean Carroll. Na altura, disseram agora, deram conselhos a Carroll, depois do alegado ataque.

Trump já negou a acusação, dizendo que o encontro nunca aconteceu. Mais de uma dúzia de mulheres acusaram Trump, de 73 anos, de fazer avanços sexuais indesejados nos anos que antecederam sua entrada na política. O actual Presidente negou todas as acusações, tendo, apesar destas, conquistado a Casa Branca em 2016.

A acusação de Carroll foi publicada num artigo de uma revista nova-iorquina, adaptada do seu novo livro de memórias, onde afirma que, na altura, não denunciou Trump às autoridades porque temia retaliações. No livro escreve que Trump a empurrou contra uma parede, a beijou à força antes de a voltar a empurrar, baixar-lhe as cuecas e manter uma relação sexual. Foi uma “luta colossal”, da qual não conseguiu escapar, escreve a ex-apresentadora, hoje com 75 anos.

Birnbach disse ao Times que o que Carroll lhe contou, então, soou-lhe a violação e pediu à amiga que fosse à polícia. Por sua vez, Martin aconselhou-a a não contar a ninguém. No mesmo artigo, Carroll revelou que decidiu não denunciar o caso antes das eleições de Novembro de 2016, como fizeram outras mulheres, porque acreditava que tais acusações trariam popularidade à candidatura de Trump.

Representantes da Casa Branca não responderam ao pedido de comentário feito pelo Times. Mas Trump já acusou Carroll de mentir e de, com esta acusação, tentar vender mais exemplares do seu livro. “Com todo o respeito, digo: Número um, ela não é o meu tipo. Número dois, nunca aconteceu. Nunca aconteceu, OK?”, declarou ao jornal The Hill na segunda-feira.