Marcelo: fecho rotativo de urgências de obstetrícia deve ser “devidamente explicado” para “serenar os espíritos”

O Presidente da República disse que é preciso explicar claramente às pessoas o que vai acontecer “porque não é possível fechar as maternidades”.

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LUSA/NUNO VEIGA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse esta quinta-feira esperar que o eventual fecho rotativo de urgências de obstetrícia em Lisboa seja “devidamente esclarecido e explicado”, para “serenar os espíritos das pessoas”.

À margem de uma visita à Quinta do Mocho, no concelho de Loures, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a notícia de hoje do jornal Público, segundo a qual as urgências de obstetrícia de quatro dos maiores hospitais de Lisboa vão estar encerradas durante o Verão, fechando rotativamente uma de cada vez, devido à falta de especialistas.

“Eu espero que seja devidamente esclarecido, explicado, para as pessoas perceberem exactamente como vai ser e para não terem depois as preocupações que vi aparecer”, defendeu.

Na perspectiva do chefe de Estado, “essa explicação é muito importante para serenar os espíritos das pessoas numa comunidade tão vasta, numa área tão ampla” como é a de Lisboa.

“Falta haver explicação para se perceber exactamente como é, qual é a amplitude e para ver se aquilo que fica a funcionar tem capacidade para responder às necessidades previsíveis nos meses de Agosto e de Setembro”, apontou.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “tem de ser explicado às pessoas porque, aparentemente, é para ser aplicado no mês de Agosto e no mês de Setembro, e as pessoas têm de perceber”.

“Eu não tenho exactamente a memória, mas penso que já não é nem a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez, quando se aproxima o Verão, se fala na hipótese de fecho de urgências, ou de obstetrícia ou de pediatria, enfim, várias especialidades, por causa problemas de funcionamento ou de falta de recursos humanos”, lembrou.

“Eu próprio fiz um esforço para perceber e percebi que das quatro urgências de Lisboa, fecha uma, ficam só três, durante esse período de dois meses e, portanto, aquela que fecha vai rodando, mas foi como eu percebi, não sei se percebi bem porque as notícias de repente davam a entender que era um fecho generalizado”, admitiu.

É por isso que é preciso “explicar bem às pessoas, porque não é possível fechar as maternidades, isto é, não é possível fechar os nascimentos”.

“Os nascimentos ocorrem quando ocorrem e se ocorrem em Agosto ou em Setembro não é possível dizer olhe, espere um bocadinho que só há disponibilidade para nascimento a partir do final de Setembro”, disse.

Sobre quem é que deve prestar esclarecimentos, Marcelo Rebelo de Sousa pensa que a ARS “vai explicar isso ao parlamento”.