NASA rebaptiza rua de Washington homenageando mulheres matemáticas

O livro e o filme Hidden Figures pôs a descoberto as matemáticas negras que contribuíram para o programa espacial norte-americano.

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As actrizes Janelle Monáe, Taraji P. Henson e Octavia Spencer no filme "Hidden Figures" DR

A NASA renomeou uma das ruas do quarteirão da rua em frente à sua sede em Washington D.C., na quarta-feira. “Hidden Figures Way” foi o nome escolhido, numa homenagem às mulheres negras que contribuíram para o programa espacial dos EUA.

O trabalho de três matemáticas negras – Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson – na Aeronáutica e Administração Espacial Nacional durante a corrida de 1960 até a lua foi capturado no filme Hidden Figures, de 2016, cujo título português é Elementos Secretos.

“Quando as raparigas e os rapazes vêm à NASA, olham para cima e vêem a placa”, constatou o senador Ted Cruz, durante a cerimónia de descerramento da placa. O republicano co-patrocinou um projecto de lei para mudar o nome da rua. 

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Dorothy Vaughan, Kathryn Johnson e Mary Winston Jackson. No filme foram representadas por Octavia Spencer, Janelle Monae e Taraji P. Henson, respectivamente DR

Menos de 11% das mais de 500 pessoas que já viajaram para o espaço eram mulheres, informa a NASA. O dia 20 de Julho marca o 50.º aniversário da primeira pegada na Lua pelos astronautas da NASA, num dos 11 voos no programa espacial Apollo dos anos 1960 e 1970.

Em Maio, a NASA anunciou que pretende voltar a alunar em 2024 com a iniciativa Artemis, baptizada em homenagem à irmã gémea do deus Apolo, que é a deusa grega da caça e da lua. A intenção é que, pela primeira vez, uma astronauta tocará na superfície da Lua.

Margot Lee Shetterly, autora do livro Hidden Figures, no qual o filme de 2016 foi baseado, encorajou os participantes da cerimónia a pensar além do caminho de Neil Armstrong para o esforço colectivo necessário para alcançar a missão Apollo 11. “Hidden Figures é sobre tirar as nossas vendas [dos olhos] e reconhecer as contribuições de indivíduos invisíveis que estavam lá, no início da história”, defendeu, acrescentando que a “persistência e a coragem [dessas pessoas] nos ajudou a chegar aonde estamos hoje”.