Apple volta atrás e permite aplicações de controlo parental

Empresa tinha sido acusada de práticas anticoncorrenciais que beneficiavam a sua própria ferramenta para gestão do tempo passado no telemóvel.

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Reuters/STEFANO RELLANDINI

Depois de as autoridades americanas terem decidido aumentar o escrutínio sobre as empresas de tecnologia no que diz respeito a questões de concorrência, a Apple decidiu voltar atrás e permitir no iPhone e no iPad aplicações de controlo parental criadas por terceiros. Estas aplicações tinham sido recentemente banidas da loja online, dando azo a acusações de abuso de posição dominante.

Esta semana, numa actualização às regras da loja de aplicações, a Apple afirmou que as aplicações de controlo parental vão poder, “em casos limitados”, usar as funcionalidades de controlo do dispositivo. São estas funcionalidades que permitem a aplicações limitar o tempo que a alguém passa a usar o telemóvel, ou dar a outras pessoas – como pais e encarregados de educação – informação sobre como o aparelho foi usado.

Em Abril, a Apple tinha barrado aquele género de aplicações de poderem controlar o dispositivo, o que na prática as impedia de funcionar. A empresa afirmou então que estas aplicações “punham em risco a privacidade e segurança dos utilizadores”. Na revisão das regras agora publicada, a Apple refere que as aplicações que usem a funcionalidade de gestão do dispositivo não podem partilhar dados com terceiros em nenhuma circunstância.

Aquela decisão, no entanto, levou a acusações de que a Apple estava a abusar do poder que tem graças à loja de aplicações para beneficiar a sua própria funcionalidade do sistema operativo, chamada Screen Time, que permite gerir o tempo passado nos dispositivos (a Apple negou a acusação). Pelo menos duas aplicações de controlo parental, a Kidslox e a Qustodio, apresentaram uma queixa na Comissão Europeia, que tem tido mão pesada sobre as empresas americanas em questões de concorrência.

As aplicações parentais também poderão voltar a usar uma funcionalidade de VPN, que tipicamente serve para garantir a privacidade e segurança da utilização online em ligações públicas.

Na segunda-feira, a Apple apresentou novidades nos seus sistemas operativos, novos computadores Mac e anunciou o fim do iTunes, o icónico programa de computador (e, mais tarde, aplicação móvel) onde a empresa começou a vender música. Os diferentes tipos de conteúdos que o iTunes disponibiliza passarão a estar disponíveis em aplicações separadas.

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