Rui Rio tem “uma visão para o país” há muitos anos e não vai “andar em rodriguinhos”

Líder do PSD não leu as críticas recentes de Jorge Moreira da Silva e insiste que os problemas de Portugal só se resolvem com o diálogo entre todos os partidos.

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Rui Rio, líder do PSD desde 2018 LUSA/JOSÉ COELHO

O líder do PSD, Rui Rio, ouviu o diagnóstico feito por Marcelo Rebelo de Sousa sobre o estado da direita, mas não leu o artigo em que Jorge Moreira da Silva analisa os resultados eleitorais do PSD. À entrada da reunião sectorial do Conselho Estratégico Nacional do PSD sobre Relações Externas e Defesa Nacional, em Albufeira, Rio explicou aos jornalistas que o problema não está na direita. “O problema é de fundo”, garantiu.

“O que existe é um sistema político, e um regime, que está incapaz de responder à sociedade”, explicou o social-democrata, acrescentando que as pessoas tendem a responsabilizar os políticos quando na verdade o problema é mais profundo e estrutural. “Tem a ver com o desgaste que o regime foi sofrendo ao longo dos tempos, como é da vida. Ou as pessoas percebem que o sistema está em crise e tem de ser revitalizado ou revigorado ou [o regime] continuará incapaz de resolver os reais problemas das pessoas e os problemas vão agravar-se cada vez mais.”

Sobre as críticas de Jorge Moreira da Silva, Rio respondeu que a sua preocupação com isso não é grande. “Eu tenho uma visão para a sociedade há muitos anos. A postura que todos nos devemos ter não é andar em rodriguinhos a discutir coisas que não interessam às pessoas. Enquanto estiver neste lugar, estarei a ver se consigo ajudar o país, que para mim não está bem.”

Para Rui Rio, "se o sistema não está capaz, temos de o reformar” e para isso não basta um ou dois partidos. “A reforma do Estado é para dialogar entre dois partidos? Não, é para os partidos dialogarem todos. É preciso ter sentido patriótico. É isto que eu ando a dizer há muitos anos. Os objectivos têm de ser a médio longo prazo do país”, defendeu o líder do PSD questionando, logo a seguir: “Quantas críticas não houve já de que eu era frouxo e só queria ser vice-primeiro ministro quando apelava ao diálogo entre os partidos todos? Temos é de resolver os problemas que afligem as pessoas.” 

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