A festa londrina em Baku foi do Chelsea
“Blues” chegam ao sexto título europeu da sua história com triunfo na final da Liga Europa de Baku por 4-1 sobre o rival londrino Arsenal.
A quatro mil quilómetros de casa, o Chelsea voltou a fazer a sua festa. Na final da Liga Europa, em Baku, os “blues” triunfaram com autoridade sobre o seu rival londrino Arsenal por 4-1, selando a sexta conquista europeia da sua história, a segunda nesta competição, seis anos depois de terem batido o Benfica numa final em Amesterdão.
Não seria, seguramente, este o final de carreira que Petr Cech desejaria, mas foi, de certeza, a melhor despedida possível de Eden Hazard dos “blues”. O médio belga já confirmou que está de saída (provavelmente para o Real Madrid), mas não se quis ir embora sem dar um último título ao Chelsea. E foi instrumental para que tal acontecesse.
Nesta final londrina longe de Londres, uma espécie de aquecimento para a também totalmente inglesa da Liga dos Campeões (entre Liverpool e Tottenham), o Arsenal, apesar do seu fraco currículo europeu, tinha no banco um homem habituado a estas conquistas. Unai Emery, que assumiu o cargo após a saída do eterno Arsène Wenger, tinha conquistado três vezes consecutivas a Liga Europa com o Sevilha.
Pelo contrário, o Chelsea, com um currículo europeu bastante recheado (incluindo uma Champions), era comandado a partir do banco por um homem sem qualquer título no currículo, o italiano Maurizio Sarri, cujo futuro nos “blues” não está claro.
Os primeiros 45 minutos foram de equilíbrio e domínio partilhado. Aubameyang esteve perto de inaugurar o marcador logo aos 9’ para o Arsenal, mas o seu remate saiu ao lado e Ozil, que andava por perto, não foi veloz na reacção para fazer a emenda.
Eram os “gunners” a entrarem melhor, mas antes da meia-hora de jogo já eram os “blues”, com Hazard no comando, a apoquentarem Cech na baliza do Arsenal. Emerson teve um remate que o checo defendeu com dificuldade aos 34’ e Giroud também testou a atenção do veterano guarda-redes aos 39’.
Os golos estavam guardados para a segunda parte. A formação orientada por Maurizio Sarri arrancou para a goleada logo aos 49’, com Giroud, antigo avançado do Arsenal, a fazer o primeiro golo num cabeceamento, após passe de Emerson, que não deu quaisquer hipóteses a Cech, antigo guarda-redes do Chelsea.
Na hora dos festejos, o internacional francês não se esqueceu dos muitos anos que passou no Arsenal e apenas se ajoelhou no relvado com os braços levantados, antes de ser rodeado por todos os jogadores vestidos de azul.
Aos 60’, foi o espanhol Pedro Rodríguez a fazer o 2-0 e, logo a seguir, aos 65’, foi Eden Hazard a fazer o 3-0, na conversão de um penálti.
Já se adivinhava uma vitória robusta do Chelsea, mas o Arsenal ainda tinha qualquer coisa no tanque para responder. Apenas dois minutos depois de ter sido lançado por Emery, Alex Iwoby arrancou um tremendo pontapé de fora da área aos 68’ e deu uma breve esperança aos “gunners”.
Mas a retoma durou pouco por culpa do génio belga que está de saída e que não queria que a sua despedida fosse uma coisa triste. Foi uma jogada que começou e acabou em Hazard. O belga ganhou uma bola a Xhaka no meio-campo, meteu para Giroud e, quando os defesas caíram sobre ele, só teve de devolver a bola a Hazard para o 4-1, aos 72’.
Depois, foi gestão até ao fim, com Hazard a sair antes do fim do jogo para ouvir, pela última vez, os aplausos dos adeptos do Chelsea e que se estenderam a toda a equipa, treinador incluído.
Sarri pode ter sido muitas vezes incompreendido na sua época de estreia no Chelsea, mas o balanço acaba por ser positivo: um terceiro lugar, atrás de Manchester City e Liverpool, e uma conquista europeia, que foi, também, o primeiro título da carreira do técnico italiano.
Este foi o sexto título europeu da história do Chelsea e a segunda Liga Europa (a primeira foi em 2013, numa final em Amesterdão frente ao Benfica). Antes, os “blues” já tinham conquistado duas Taças das Taças (1971 e 1998), uma Supertaça Europeia (1998) e uma Liga dos Campeões (2012).
Já o Arsenal mantém apenas uma conquista europeia, uma Taça das Taças em 1994 e um registo incrível de derrotas em finais — foi a sexta.